Jesus mostra que o Pai Celeste busca com amor até quem se afastou. Uma história de resgate, valor e graça.
“12 Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou?
13 E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.
14 Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.” Mateus 18:12–14 (ARA)
A Parábola da Ovelha Perdida aparece em dois evangelhos:
Mateus 18:12–14
Lucas 15:3–7
Apesar de similares, os contextos são diferentes:
Em Mateus 18, Jesus está ensinando sobre o Reino dos Céus com foco na humildade e no cuidado com os pequenos, ou seja, os mais fracos, vulneráveis ou espiritualmente imaturos (veja Mt 18:1–10). O capítulo é uma instrução sobre como os discípulos devem tratar uns aos outros na comunidade cristã.
Em Lucas 15, a ênfase é evangelística: Jesus responde aos fariseus que criticavam seu relacionamento com pecadores. A parábola ali mostra o coração missionário de Deus.
Portanto, em Mateus, o foco não é evangelístico, mas pastoral: como o povo de Deus deve valorizar e restaurar aqueles que se desviam.
“Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou?”
“Que vos parece?”: Um convite à reflexão. Jesus está ensinando por parábola, usando linguagem acessível.
“Cem ovelhas”: Número simbólico que representa o rebanho completo.
“Uma se extraviar”: Não é uma rebelião, mas um afastamento, um desvio. Pode representar um irmão que caiu em pecado, erro doutrinário ou esfriamento espiritual.
“Deixar as noventa e nove”: Mostra a importância de cada indivíduo no Reino. O pastor não negligencia os que estão firmes, mas move-se com compaixão pelos que se afastam.
“E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.”
A ênfase está na alegria do reencontro. O coração do pastor se comove quando recupera o que se perdeu.
A parábola mostra que Deus não vê as pessoas como números ou estatísticas, mas como almas únicas e preciosas.
“Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.”
A aplicação da parábola é clara: Deus não deseja a perdição de nenhum dos seus filhos.
“Pequeninos” refere-se aos mais fracos na fé, às crianças espirituais ou aos marginalizados. O foco é o cuidado mútuo no corpo de Cristo.
Deus é um Pastor cuidadoso, paciente e misericordioso.
A comunidade cristã deve espelhar esse cuidado, tratando com amor e persistência os que se desviam.
A parábola ensina que cada vida tem valor eterno e que a restauração é motivo de grande alegria no céu.
É uma crítica indireta à indiferença religiosa: negligenciar os fracos ou excluí-los por erro é contrário ao coração do Pai.
Nenhum irmão é “caso perdido”. Mesmo aquele que caiu, pecou ou se afastou é valioso para Deus.
A restauração deve ser feita com mansidão (Gálatas 6:1), não com juízo ou desprezo.
Lembre-se que todos somos ovelhas e, em algum momento, todos já estivemos ou estaremos perdidos.
Essa parábola convida a igreja a ser um espaço de restauração, não de exclusão.
O verdadeiro cristão compartilha da compaixão do Pai e não se conforma com a perda de ninguém.
A Parábola da Ovelha Perdida em Mateus 18:12–14 não é apenas uma bela história: é um convite ao cuidado, à compaixão e à responsabilidade dentro da comunidade da fé. Deus se importa com cada um dos Seus filhos — e espera que nós também nos importemos.
As duas versões da Parábola da Ovelha Perdida, encontradas em Mateus 18:12–14 e Lucas 15:3–7, têm muito em comum, mas apresentam diferenças importantes de contexto, ênfase teológica e linguagem. Vamos analisar:
Jesus diz que, se um homem tem 100 ovelhas e uma se perde, ele deixa as 99 nos montes para buscar a que se extraviou. Se a encontra, alegra-se mais por ela do que pelas que não se perderam. Finaliza dizendo que não é da vontade do Pai que nenhum dos pequeninos se perca.
Jesus conta a parábola diretamente aos fariseus e escribas, dizendo que o pastor vai atrás da ovelha perdida. Ao encontrá-la, coloca-a nos ombros, chama os amigos e vizinhos, e faz uma festa. Conclui dizendo que há alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que pelos 99 justos que não precisam de arrependimento.
Elemento | Mateus 18:12–14 | Lucas 15:3–7 |
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Contexto | Jesus fala aos discípulos, dentro de uma lição sobre humildade e cuidado com os “pequeninos” (Mateus 18:1–14). | Jesus fala aos fariseus e escribas, que murmuravam por Ele comer com pecadores (Lucas 15:1–2). |
Foco | Cuidado pastoral com os “pequeninos” (crianças, novos na fé, vulneráveis). | Arrependimento do pecador e a alegria no céu por sua salvação. |
Ênfase teológica | O amor de Deus que protege os vulneráveis e não quer que nenhum se perca. | A misericórdia de Deus que busca e salva o pecador perdido. |
Linguagem final | “Não é da vontade de vosso Pai que pereça um só destes pequeninos.” | “Haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende…” |
Reação após encontrar a ovelha | Alegria íntima do pastor, implícita. | Alegria pública, com festa entre amigos e vizinhos. |
Ação após encontrar a ovelha | Não especifica como ele a traz de volta. | Coloca-a nos ombros com alegria. |
Mateus: pastoral, eclesiológico, comunitário — trata de cuidado com os irmãos, proteção espiritual e a vontade do Pai em relação aos pequeninos.
Lucas: evangelístico, individual, celebrativo — trata da graça salvadora de Deus, do arrependimento e da alegria no céu pela salvação.
Quando estiver ensinando sobre o cuidado mútuo na igreja, use Mateus 18.
Quando estiver pregando sobre evangelismo e salvação do perdido, use Lucas 15.
Ambas as passagens mostram a profundidade do amor de Deus, mas cada uma revela uma faceta complementar: cuidado (Mateus) e redenção (Lucas).
“Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou?
E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.
Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.” Mateus 18:12-14
Vivemos dias em que muitos irmãos, por causa do pecado, da dor, da frustração ou da fraqueza espiritual, se ferem e se afastam do rebanho. O que fazemos com essas ovelhas?
As julgamos? As esquecemos?
Jesus nos mostra nesta parábola que o coração do Pai é movido por compaixão e não por condenação.
“…e uma delas se extraviar…”
O pastor da parábola tem cem ovelhas, mas uma só já basta para movê-lo.
Na lógica humana, poderíamos dizer: “É só uma, não vale o esforço.”
Mas na lógica do Reino, cada alma importa.
O problema da ovelha ferida não a torna menos amada.
💡 Não é o erro que define o valor da ovelha — é o amor do pastor.
“…não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou?”
Amor verdadeiro não é passivo, é intencional. Vai até onde está a dor.
Não espera o ferido voltar por si mesmo. Vai buscá-lo.
O Pastor deixa as noventa e nove “nos montes” — isso custa algo.
Custa tempo, esforço, renúncia, prioridade.
Gálatas 6:1 — “Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura.”
“…maior prazer sentirá por causa desta…”
O céu não celebra exclusão, mas restauração.
A ovelha que volta traz alegria, não peso.
Quem entende o amor de Deus, se alegra mais com o resgatado do que com o que nunca se feriu.
⚠️ Infelizmente, muitas igrejas estão mais preocupadas com reputação do que com redenção. Jesus nos ensina o contrário.
“Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.”
Deus não desiste de ninguém.
Os “pequeninos” representam os fracos, imaturos, feridos, caídos.
Nosso papel como Igreja é refletir essa vontade do Pai, sendo instrumentos de cura e acolhimento.
Imagine um médico dizendo: “Eu só trato pacientes saudáveis.”
Absurdo, não é? Mas é o que fazemos quando rejeitamos irmãos feridos.
A igreja é hospital de almas — e não vitrine de perfeição.
Quem você conhece que se afastou e precisa ser alcançado com amor?
Ligue, visite, ore com ele.
Evite o julgamento e abrace a restauração.
Ame mais, aponte menos.
Treine o seu coração para sentir alegria na volta do pecador.
Se o céu se alegra, por que nós nos entristeceríamos?
Cultive uma cultura de graça em sua igreja.
Que cada visitante e membro diga: “Aqui me sinto acolhido, mesmo quando erro.”
Jesus não nos mandou selecionar quem merece cuidado.
Ele nos buscou quando estávamos perdidos.
Ele nos curou quando estávamos feridos.
Agora, Ele nos envia para fazer o mesmo com os outros.
Ame como o Pastor.
Busque como o Pastor.
Acolha como o Pastor.
Perdoe como o Pastor.
Porque não é da vontade do Pai que se perca um só destes pequeninos.
“Então lhes propôs Jesus esta parábola:
Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.”
Jesus conta essa parábola aos fariseus e escribas, que murmuravam porque Ele recebia pecadores. Eles não compreendiam o amor escandaloso de Deus, que não espera o pecador melhorar, mas vai ao encontro dele.
Essa parábola não é sobre um erro acidental, mas sobre a natureza redentora de Deus, seu amor ativo, e a alegria do céu quando um pecador se rende.
“…perdendo uma delas…”
A perda de uma só ovelha em cem, para muitos, parece insignificante.
Mas para Deus, cada pessoa tem valor absoluto.
O pastor da parábola não é um contador de estatísticas, mas um amante de almas.
🆚 Em Mateus, a ovelha é chamada de “pequenino” — símbolo dos fracos dentro da comunidade.
📍 Em Lucas, ela representa o pecador fora do rebanho, perdido em seus próprios caminhos.
“…vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la.”
A ênfase aqui é na ação do Pastor.
Deus não espera a ovelha voltar sozinha.
A busca é intencional, persistente e movida por amor.
🆚 Em Mateus, Jesus fala a discípulos sobre proteger quem já está na comunidade.
📍 Em Lucas, fala a religiosos sobre buscar quem está fora da comunidade.
💡 Aplicação: A missão da Igreja não é apenas manter os salvos, mas ir atrás dos perdidos.
“Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo… Alegrai-vos comigo!”
O pastor não reclama: “Por que você se perdeu?”
Ele não exige explicações ou penitência.
Ele a carrega com alegria — é um resgate, não um castigo.
🆚 Em Mateus, há alegria também, mas o tom é mais pastoral, silencioso.
📍 Em Lucas, é alegria pública, uma festa espiritual.
💡 Aplicação: Quantas vezes nós nos tornamos mais juízes do que pastores?
Deus se alegra com quem volta — mesmo que tenha ido longe.
“Maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende…”
O arrependimento é a resposta ao amor de Deus.
O texto não diz que a ovelha se justificou, mas que foi achada.
A conversão não é uma conquista humana, mas um encontro com a graça.
🆚 Em Mateus, o foco é: “Não é da vontade do Pai que se perca um só.”
📍 Em Lucas, é: “O céu inteiro festeja a salvação de um.”
🎉 O céu tem festas que só acontecem quando um coração se dobra diante da graça!
Você se sente perdido?
Jesus te busca. Ele não desistiu de você. Volte-se para Ele — não com medo, mas com confiança.
Você conhece alguém que se afastou?
Não espere que ele volte por conta própria. Vá com amor — como o Pastor foi.
Você se alegra com a salvação dos outros?
Ou é como os fariseus, murmurando ao ver pecadores entrando no Reino?
Sua igreja celebra a restauração?
Que sejamos igrejas que fazem festas espirituais, e não tribunais religiosos.
Jesus foi escandaloso aos olhos dos fariseus porque quebrava o protocolo para alcançar o perdido.
E o que Ele quer ensinar com essa parábola é simples, porém profundo:
“Se Deus se alegra com um só, por que você não se alegraria?
Se Deus foi atrás, por que você ficaria parado?
Se Deus carrega nos ombros, por que você imporia peso?”
Hoje Deus talvez esteja chamando você de volta ao aprisco, ou despertando você para buscar os que se afastaram.
Você não está esquecido — e o céu ainda faz festa por um só.