logo_banner2-1-1024x287 Parábola do "Filho Pródigo"
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PARÁBOLA - "FILHO PRÓDIGO"

Lucas 15:11–32 (ARA)

11 Continuou: Certo homem tinha dois filhos;
12 o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.
13 Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
15 Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
17 Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!
18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou.
21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vestí-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;

23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
25 Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
26 Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.
27 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
28 Ele se indignou e não queria entrar. Saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo.
29 Mas ele respondeu ao seu pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;
30 vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.
31 Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.
32 Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque este teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.

Contexto

Onde Jesus estava?

O texto de Lucas 15 não especifica um local exato como uma cidade ou vila, mas indica que Jesus estava em um lugar público, ensinando, e que publicanos e pecadores se aproximavam para ouvi-Lo. A presença também de fariseus e escribas mostra que era um ambiente onde diferentes tipos de pessoas podiam se reunir — provavelmente um espaço comum onde Jesus ensinava frequentemente durante Sua jornada em direção a Jerusalém.


Por que Jesus contou essas três parábolas?

A razão fica clara nos versículos 1 e 2:

“Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.”
(Lucas 15:1-2)

Ou seja:

  • Publicanos e pecadores estavam vindo ouvir Jesus.

  • Fariseus e escribas criticavam Jesus por receber e comer com essas pessoas, consideradas impuras e desprezadas pela sociedade religiosa da época.


📖 As parábolas como resposta

Jesus, então, conta três parábolas em sequência, como resposta direta à murmuração dos fariseus e escribas. Todas tratam da alegria de Deus ao encontrar o perdido:

  1. A ovelha perdida – mostra o pastor que deixa 99 para buscar 1.

  2. A dracma perdida – mostra uma mulher que busca cuidadosamente até encontrar uma moeda de grande valor.

  3. O filho pródigo – mostra o pai que recebe com festa o filho que se arrepende e volta.


🧠 Resumo da intenção de Jesus

Jesus estava mostrando que:

  • Deus busca o pecador.

  • O arrependimento gera festa no céu.

  • O verdadeiro problema está no orgulho religioso dos que, como os fariseus, achavam que não precisavam de arrependimento (simbolizados pelo irmão mais velho da última parábola).

PERSONAGENS E SIGNIFICADOS

1. O Pai

  • Representa Deus.

  • Ele é amoroso, misericordioso, generoso e pronto a perdoar.

  • Não impede o filho rebelde de sair (respeita o livre-arbítrio), mas corre para recebê-lo de volta com compaixão (v. 20).

  • Seu amor é incondicional, tanto pelo filho perdido quanto pelo que ficou.

2. O Filho Mais Novo (o pródigo)

  • Representa o pecador arrependido.

  • Pede a herança antecipadamente, o que no contexto é equivalente a dizer: “Pai, preferia que você estivesse morto” (um ato gravemente desonroso na cultura judaica).

  • Vai para uma terra distante (v. 13), que simboliza afastamento de Deus, e vive de modo irresponsável.

  • A fome (v. 14) e o trabalho com porcos (v. 15) indicam degradação máxima — porcos eram animais impuros para judeus.

  • Ao “cair em si” (v. 17), inicia-se a metanoia (mudança de mente) — passo essencial no arrependimento.

  • Reconhece sua culpa e indignidade (vv. 18–19) e volta ao pai.

3. O Filho Mais Velho

  • Representa os fariseus e escribas, críticos de Jesus.

  • Fica ressentido e se recusa a entrar na festa (v. 28), simbolizando a rejeição da graça e da comunhão com os pecadores salvos.

  • Seu discurso mostra autorreferência, justiça própria, ressentimento (v. 29).

  • Embora esteja “em casa”, está distante do coração do pai.

  • Não entende a graça, deseja mérito e recompensa. 

CONTEXTO CULTURAL E SOCIAL

Herança

Segundo a Lei Judaica (Deuteronômio 21:17), o filho mais novo recebia 1/3 da herança.

Herança antecipada era incomum e extremamente ofensiva. O pai poderia vender terras, desmembrando parte do patrimônio familiar.

🔹 Vida dissoluta

O termo grego indica desperdício irresponsável e imoral, sugerindo festas, prostituição (confirmado no v. 30 pelo irmão mais velho).
Ele representa os “pecadores públicos”, como coletores de impostos e prostitutas.

🔹 Cuidar de porcos

Para os judeus, era o fundo do poço moral e espiritual

As “alfarrobas” eram comida de animal, e nem isso ele podia comer (v. 16).

“Também o porco, porque tem unhas fendidas e o casco dividido em dois, mas não rumina, vos será imundo. Da sua carne não comereis, nem tocareis no seu cadáver; estes vos serão imundos.”

Razões principais:

  • 1. Lei de Pureza Cerimonial (Kashrut)

    • A dieta judaica é baseada nas leis de kashrut, que define o que é kosher (puro) e o que é impuro.

    • Para que um animal terrestre seja considerado puro, ele precisa ruminar e ter o casco fendido. O porco tem o casco, mas não rumina — por isso, é considerado impuro.

    2. Identidade e Separação

    • Deus deu essas leis para separar o povo de Israel das demais nações, criando um estilo de vida distinto.

    • A alimentação se tornou símbolo de santidade, obediência e identidade religiosa.

    3. Higiene e Saúde (interpretações adicionais)

    • Embora o foco bíblico seja espiritual, alguns estudiosos apontam que o porco, sendo um animal onívoro e propenso a doenças parasitárias (como a triquinose), reforçaria o cuidado sanitário antigo.

    • Essa, porém, não é a razão principal do mandamento — que é espiritual, não sanitária.


    ✡️ Observância Atual:

    • Judeus ortodoxos e conservadores seguem estritamente a proibição de comer carne de porco.

    • Judeus seculares ou reformistas podem ter práticas variadas, mas muitos mantêm a tradição como parte de sua identidade cultural.

O anel, a túnica e as sandálias

  • São símbolos de reintegração plena à família:

    • Anel: autoridade e filiação.

    • Túnica: dignidade.

    • Sandálias: filho livre (escravos andavam descalços).

O novilho cevado

  • Era reservado para grandes festas, símbolo de comunhão e celebração rara.

  • Indica que o arrependimento é motivo de festa no céu (como nas parábolas anteriores).

LICÕES TEOLÓGICAS

1. Graça escandalosa

  • O pai perdoa sem exigir compensação.

  • Quebra paradigmas de honra e retribuição da cultura judaica.

2. Arrependimento verdadeiro

  • Envolve reconhecer o pecado, mudar de mente e voltar-se a Deus.

  • O filho volta humilhado, desejando ser apenas um servo.

3. Deus ama igualmente os que se perderam longe e os que se perderam dentro de casa

  • A parábola mostra dois tipos de afastamento:

    • O pródigo se afasta com ações.

    • O irmão mais velho se afasta com o coração.

4. A salvação não é merecida

  • O filho pródigo não “ganha” o retorno — é aceito pela misericórdia do pai.

5. A salvação é motivo de festa

  • O céu se alegra com cada pecador que se arrepende (ver vv. 7 e 10).

CONCLUSÃO

A parábola nos convida a:

  • Nos identificarmos com o filho pródigo e voltar ao Pai sem medo.

  • Evitarmos o coração orgulhoso e amargurado do irmão mais velho.

  • Admirarmos o caráter do Pai, que acolhe, perdoa e celebra a volta dos Seus filhos.

PREGAÇÃO - "O AMOR DO PAI QUE RESTAURA"

Objetivo:

Mostrar que o amor de Deus é restaurador, paciente e abundante em graça para os que se arrependem.


1. Saudação e Leitura Bíblica

Amados irmãos, a paz do Senhor!
Convido a todos a abrirem suas Bíblias em Lucas 15:11–32.

[Leitura do texto com voz calma, clara e reverente. Pausar nos pontos-chave.]


2. Introdução

[Entonação suave, envolvente]
Esta é uma das mais emocionantes parábolas de Jesus. Ela fala sobre perda, arrependimento e reencontro.

[Gestos: mãos abertas ao falar de reencontro; caminhar um pouco à frente no púlpito ao mencionar o arrependimento.]
Jesus está ensinando aos fariseus e escribas o valor de cada pecador que se arrepende. Esta história é sobre um pai, dois filhos e uma graça escandalosa.


3. Estrutura Expositiva

I – O Filho Mais Novo: Rebeldia e Queda (vv. 11–16)

[Entonação firme e envolvida; expressão facial triste]

“Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe…”

Aqui está o grito da autonomia do pecado. Ele não quer o pai. Quer os bens.

[Gestos: mão simulando rejeição; caminhar devagar à esquerda.]
Ao pedir a herança, ele está dizendo: “Pai, prefiro que você esteja morto.” [pausa dramática]
Ele vai para longe, para uma terra distante…
[Gesto de afastamento, olhar para o horizonte]
…mas quem se afasta da casa do Pai sempre cai em miséria.

[PNL: Olhe fixamente para a congregação]
“Você já esteve em uma terra distante? Ou está lá agora?”


II – O Arrependimento e a Decisão de Voltar (vv. 17–20)

[Entonação de esperança crescente, caminhar de volta para o centro]
“Caindo em si…”
É aqui que o Espírito Santo age. A consciência desperta. O coração sente falta da casa do Pai.

[Gestos: mão no peito, tom confessional]
Ele ensaia seu pedido de perdão. Mas o mais belo é o que vem a seguir…

[Entonação forte, braços abertos]
“Levantou-se e foi.”

Essa é a verdadeira fé: confissão + ação.


III – O Pai que Corre e Abraça (vv. 20–24)

[Entonação emocionada, caminhar rapidamente à frente simulando o pai]
Enquanto o filho ainda estava longe… o pai o viu… e CORREU!
[Gestos: braços abertos, sorriso, olhar comovido]

[PNL: toque o próprio coração com a mão]
Isso é o que Deus faz com todo pecador que se volta para Ele.

[Entonação vibrante]
Abraça, beija, troca suas vestes, coloca sandália nos pés e anel no dedo.

[Gestos: erguer a Bíblia]
Isso é restauração completa. Ele não trata o filho como servo. Trata como filho amado!


IV – O Filho Mais Velho: A Amargura do Legalismo (vv. 25–30)

[Entonação firme, crítica, tom de exortação]
Mas o filho mais velho se recusa a entrar.
Ele obedeceu, mas não ama. Está distante do coração do pai, mesmo morando na mesma casa.

[PNL: olhar fixamente nos olhos dos ouvintes]
Quantos estão dentro da igreja, mas com o coração longe do Pai?

[Gestos: mãos cerradas ao falar de mágoa; depois abertas, chamando à reflexão.]


V – O Apelo do Pai (vv. 31–32)

[Entonação serena e compassiva]
“Filho, tudo o que é meu é teu…”
O pai convida o filho a entrar na festa. A graça de Deus é estendida a todos — até aos fariseus que murmuravam.


4. Aplicação Prática

[Entonação mais pastoral, suave e acolhedora]

  1. Você é o filho mais novo? Deus o espera de braços abertos.

  2. Você é o filho mais velho? Deus quer curar sua amargura e levá-lo à festa.

  3. Você é o pai? Imite o Pai celestial — ame, perdoe, abrace.


5. Conclusão

[Entonação vibrante e esperançosa]
Esta parábola não é só sobre um filho perdido. É sobre um Deus amoroso que se importa com os perdidos e os espera com o coração ardente.

[Gestos: braços abertos, olhar para o alto]
“De longe… o viu… e correu.”


6. Oração Final

Senhor, obrigado por Tua graça restauradora.
Perdoa nossa rebeldia e cura nossa religiosidade seca.
Dá-nos o coração do Pai.
Em nome de Jesus. Amém!

 

Jana Moreno Consultoria - (19) 99988-5719
www.janamoreno.com.br