“24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
25 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
27 e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” Mateus 7:24–27 (ARA)
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;”
“Todo aquele, pois” – A conjunção “pois” (οὖν) liga essa parábola ao restante do Sermão do Monte. Jesus conclui dizendo: não basta ouvir, é preciso obedecer.
“que ouve estas minhas palavras” – O verbo ἀκούω (akoúō) indica mais que escutar; significa ouvir com atenção e disposição para obedecer. Jesus fala com autoridade: “estas minhas palavras” (τούτους τοὺς λόγους μου), colocando-se como centro da verdade.
“e as pratica” – O verbo ποιέω (poiéō) é agir, fazer, produzir. Aqui está a chave: ouvir e fazer.
“homem prudente” – No grego: ἀνδρὶ φρονίμῳ (andrì phronímō). Phronimos é alguém sábio, sensato, prático – não apenas intelectualmente sábio, mas alguém que vive com discernimento.
“edificou a sua casa sobre a rocha” – A palavra πέτρα (pétra) se refere a uma rocha firme, maciça. Edificar sobre a rocha é construir sobre fundamento sólido, que é a obediência prática à palavra de Cristo.
“e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.”
A linguagem aqui descreve provações intensas. Cada elemento (chuva, rios, ventos) representa as adversidades da vida: aflições, tentações, crises, julgamento final.
“deram com ímpeto” – No grego: προσέπεσαν (prosépēsan) – caíram com força, arremeteram.
A casa não caiu porque estava fundada sobre a rocha – uma vida baseada na obediência à Palavra de Jesus resiste às tempestades.
“E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;”
O paralelo é proposital. O insensato (μωρὸς – mōrós) ou tolo é alguém que também ouve, mas não pratica. A palavra grega mōrós é forte – dá origem ao nosso “mórmon” ou “imbecil” — é uma tolice espiritual.
“edificou sua casa sobre a areia” – Areia representa um solo instável. Qualquer sistema de crença ou vida que não se baseia na obediência a Cristo é instável e condenada à ruína.
“e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.”
Os mesmos elementos naturais aparecem – a tempestade vem para todos: sábios e tolos.
Mas aqui a casa “desabou” – no grego: ἔπεσεν (epesen) – caiu, foi destruída.
“grande foi a sua ruína” (καὶ ἦν ἡ πτῶσις αὐτῆς μεγάλη) – uma frase solene. Ptōsis é queda total, colapso final. “Megálē” – grande, devastadora.
Isso aponta para consequências eternas, não apenas dificuldades temporais. O juízo final é um tema implícito.
A fé verdadeira obedece – Não basta ouvir ou admirar os ensinamentos de Jesus. A diferença entre o sábio e o tolo está na prática da Palavra.
As tempestades virão – Jesus não promete uma vida sem dificuldades, mas estabilidade em meio a elas se a vida estiver firmada nEle.
A aparência pode enganar – Ambas as casas provavelmente pareciam boas por fora. O que importa é o fundamento, que ninguém vê. Essa é uma advertência contra a religiosidade superficial.
A urgência da obediência – Não obedecer é edificar sobre areia. O colapso pode vir em vida ou no juízo.
Texto: Mateus 7:24–27
Objetivo: Conduzir a igreja a refletir sobre sua obediência a Cristo como fundamento da vida.
[Tom reflexivo e direto, com voz firme e pausada]
Irmãos amados, o Senhor Jesus encerra o maior sermão já pregado – o Sermão do Monte – com uma advertência solene.
Ele não conclui com promessas doces. Não encerra com um convite ao conforto.
Ele fecha com um alerta:
“Todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente…”
Aqui não há meio-termo. Ou você constrói sobre a rocha ou sobre a areia.
E cedo ou tarde, a tempestade revelará onde você está firmado.
[Voz didática, clara; enfatize “ouve e pratica”]
Jesus fala de alguém “prudente” (phronimos), que ouve e pratica.
Muitos ouvem: cultos, pregações, podcasts, devocionais…
Mas quantos vivem o que ouvem?
O prudente edifica sobre a rocha (pétra) – sólida, firme, imutável.
Essa rocha é Cristo, e a obediência à Sua palavra.
Não se trata de emoção religiosa, mas de submissão real.
Aplicação: Você tem praticado a Palavra ou apenas admirado seus sermões?
[Tom forte, firme, gestos abertos e diretos]
“Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos…”
Jesus descreve tribulações reais – e inevitáveis.
A fé não nos livra das tempestades, mas nos firma no meio delas.
A chuva pode ser uma perda.
O rio pode ser a tentação.
O vento pode ser uma crise familiar, emocional ou espiritual.
Mas o prudente permanece firme. Por quê? Porque a casa estava sobre a rocha.
[Tom de alerta, com pausa dramática após “insensato”]
O insensato (mōrós) também ouve!
Ele vai ao culto, lê a Bíblia, canta os hinos.
Mas não pratica.
Ele edifica sobre a areia – fácil, rápido, raso.
Não exige escavação, renúncia, profundidade.
E tudo parece bem… até que venha a tempestade.
[Fale lentamente, com voz grave e solene]
“…e ela desabou, sendo grande a sua ruína.”
Aqui está o clímax.
A casa cai.
E Jesus diz: “grande foi a sua ruína” (megálē – devastadora).
Isso aponta não apenas para dificuldades na vida presente,
mas para o juízo final, quando muitos descobrirão que viviam sobre areia religiosa.
Aplicação: Você está preparado para enfrentar a tempestade final?
Sua fé é vivida na prática, ou apenas professada com os lábios?
[Tom pastoral e encorajador]
Examine o fundamento da sua vida.
Está edificado sobre a obediência a Cristo? Ou sobre rituais vazios?
Não basta ouvir, é preciso praticar.
A diferença entre o prudente e o tolo está no fazer, não no saber.
Prepare-se para as tempestades.
Se sua casa está sobre a rocha, ela permanecerá.
Mas se for sobre areia, é hora de reconstruir.
[Tom crescente e conclamador; olhe nos olhos, gesticule com convicção]
Jesus não está nos oferecendo uma metáfora bonita.
Ele está nos advertindo: há duas casas, dois fundamentos e dois destinos.
Um permanece.
O outro cai.
Hoje, a Palavra nos confronta:
Em qual dessas casas você mora?
Sobre que tipo de fundamento você está construindo sua fé, sua família, sua eternidade?
[Pausa breve]
A boa notícia é que, enquanto há vida, há tempo de reconstruir.
Se a sua casa está sobre a areia, corra para a rocha que é Cristo.
Construa com arrependimento, com obediência, com fé viva!
Senhor, nós ouvimos Tua Palavra.
Ajuda-nos agora a praticá-la.
Dá-nos graça para construir sobre Cristo, a Rocha eterna.
Que nenhuma tempestade nos derrube,
pois estaremos firmados na obediência ao Teu Evangelho.
Em nome de Jesus, amém.