logo_novo Estudo sobre João explicado por Jesus

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” Tiago 1:5 

evangelho-de-joao Estudo sobre João explicado por Jesus

capítulo 1: O VERBO QUE SE FEZ CARNE

Introdução

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (João 1:1)

Jesus fala:

Eu, Jesus, sou o Verbo, a Palavra eterna. Antes de qualquer coisa existir, Eu já estava. Em grego, sou chamado de Logos (λόγος), que significa mais do que uma simples palavra. Eu sou a razão por trás de todas as coisas, a sabedoria de Deus revelada, o poder criador de todo o universo. Eu estava com o Pai desde sempre, e Eu sou o próprio Deus. Não houve nada que tenha sido feito sem a Minha participação ativa e poderosa. Tudo que você vê e tudo que não vê foi criado através de Mim. Eu sou aquele que iniciou a criação, aquele que trouxe à existência os céus e a terra, as estrelas e as montanhas. Em Mim está a vida, uma vida que transcende a morte e que não pode ser detida. Não é apenas a vida que você experimenta aqui, mas a vida eterna, o significado profundo da existência.”


1. O Verbo e a Criação

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:3)
“A vida estava nEle, e a vida era a luz dos homens.” (João 1:4)

Jesus continua:

“Sim, todas as coisas foram feitas por meio de Mim. Quando você observa a beleza de uma flor, a grandiosidade do oceano ou a imensidão do céu, lembre-se que foi através de Mim que tudo isso veio à existência. E sem Mim, nada existiria. Eu sou a fonte de tudo, o ponto de origem de cada movimento da criação. A vida que habita o universo, o sopro de toda criação, está em Mim. Eu sou a vida verdadeira, a única capaz de satisfazer sua alma e dar-lhe propósito. Essa vida é a luz (phos, φῶς) que brilha na escuridão. Eu vim para iluminar os corações dos homens, para tirar você das trevas do pecado e levá-lo à verdadeira luz. As trevas não podem, e nunca poderão, vencer essa luz. Onde Eu estou, a escuridão se dissipa. O pecado e a morte não podem mais dominar.”

Comentário teológico: Como Matthew Henry observa: “Cristo, como a luz, ilumina todos os que têm o coração aberto para Ele, enquanto a escuridão do pecado tenta obscurecer a verdade, mas nunca pode prevalecer sobre a luz de Cristo” (Matthew Henry’s Commentary).


2. A luz que resplandece nas trevas

“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a venceram.” (João 1:5)

Jesus explica:

“Quando Eu entrei no mundo, trouxe uma luz que ninguém jamais poderia apagar. As trevas (skotia, σκοτία) são o domínio do mal, do pecado, da ignorância. Mas Eu vim para transformar isso. Onde havia medo, Eu trouxe coragem; onde havia confusão, Eu trouxe clareza; onde havia morte, Eu trouxe vida. E essa luz brilha para todos que aceitam e seguem. Para aqueles que Me recebem, essa luz se torna parte deles, iluminando seus caminhos, guiando-os. A verdadeira luz não se apaga. Mesmo quando as dificuldades surgem e os desafios parecem imensos, a luz que Eu sou jamais se extinguirá. Ela continuará iluminando os corações de todos que Me buscam.”


3. O testemunho de João Batista

“Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Ele veio como testemunha, para testificar acerca da luz, a fim de que todos cressem por intermédio dele.” (João 1:6-7)

Jesus fala sobre João:

“Eu enviei João para preparar o caminho, para anunciar que Eu estava chegando. Ele não era a luz, mas era o mensageiro da luz verdadeira. Ele foi um sinal, uma preparação, para que todos pudessem acreditar em Mim. João proclamou que Eu sou o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo (João 1:29). Ele preparou o coração das pessoas para que estivessem prontas para receber a luz que sou Eu. O papel de João foi fazer com que você se preparasse para a salvação, para que, ao Me verem, todos pudessem crer e serem salvos.”

Catecismo de Westminster:

“Cristo executa o ofício de profeta ao revelar, por Sua Palavra e Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação” (Catecismo Maior de Westminster, Pergunta 43).


4. O Verbo que se fez carne

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14)

Jesus reflete sobre Sua encarnação:

“Eu Me fiz carne. Eu, que sou eterno, tomei forma humana para que você pudesse ver Deus em sua plenitude. Não foi uma simples visita, mas Eu vim habitar entre você. Em grego, a palavra ‘habitava’ é skēnoō (σκηνόω), que significa ‘tabernacular’, como Deus fazia no Antigo Testamento no tabernáculo. Assim, Eu vim para ser o novo tabernáculo, a morada de Deus entre os homens. A Minha glória não era a de um rei terreno, mas a glória do Filho unigênito do Pai, cheia de graça e verdade.>Minha encarnação é a maior manifestação do amor de Deus. Eu, sendo Deus, escolhi ser fraco, pequeno e limitado como vocês, para que através de Mim, você pudesse ver a grandeza e a bondade de Deus.”

5. A plenitude da graça

“Porque todos nós temos recebido da Sua plenitude, e graça sobre graça.” (João 1:16)

Jesus conclui:

“Em Mim está a plenitude de graça. Você não precisa buscar em outro lugar, porque Eu sou a fonte da graça verdadeira, que nunca se esgota. Quando você vem a Mim, recebe sempre mais. O que você recebe de Mim não é algo que se acaba, mas uma graça que se renova a cada dia, a cada momento. Essa graça é sobre graça, é um fluxo contínuo do amor de Deus, derramado abundantemente em sua vida. Não há limite para o que Eu posso fazer por você, e quanto mais você se aproxima de Mim, mais você experimenta da Minha bondade e perdão.”

Comentário teológico:

“A graça de Cristo é abundante, é derramada sobre aqueles que creem, e esta graça é uma renovação constante que só é encontrada n’Ele” (John Calvin, Institutas da Religião Cristã).


Conclusão do capítulo

Neste primeiro capítulo do Evangelho de João, vemos a revelação de Jesus como o Verbo eterno, o Criador de todas as coisas, a luz que brilha nas trevas e a plenitude da graça de Deus. Jesus não é apenas uma figura histórica, mas o próprio Deus que se fez carne para habitar entre nós, trazendo a salvação e a verdadeira vida. Este é o começo de uma jornada de fé, onde a graça de Deus, oferecida através de Jesus, transforma as vidas dos que creem.

 

O Primeiro Milagre: As Bodas de Caná

O terceiro dia havia chegado. Em Caná da Galileia, uma festa nupcial enchia a casa de alegria. Minha mãe estava lá, e eu e meus discípulos também fomos convidados.

O VINHO, símbolo de celebração e alegria, começou a faltar. No silêncio dos corredores, vozes ansiosas sussurravam: “Acabou o vinho!”

Minha mãe olhou para mim, seu olhar carregado de expectativa. Sem dizer diretamente, ela pediu minha intervenção.

“Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” (Evangelho de João 2:4).

Ela sabia que eu poderia fazer algo, mas minha missão era maior do que apenas resolver problemas terrenos. Ainda assim, ela confiava. Virou-se para os serventes e disse:

“Fazei tudo o que ele vos disser.” (Evangelho de João 2:5).

Ali estavam seis talhas de pedra, usadas para a purificação dos judeus, cada uma comportando de dois a três metretas (metretēs, medida equivalente a cerca de 40 litros).

Olhei para os serventes e ordenei:

“Enchei de água essas talhas.”

Eles obedeceram, enchendo-as até a borda.

“Agora, tirai e levai ao mestre-sala.” (Evangelho de João 2:8).

Eles foram. O mestre-sala provou a água que se tornara vinho e, sem saber de onde viera, chamou o noivo:

“Todos servem primeiro o bom vinho, e, quando já beberam fartamente, então o inferior; mas tu guardaste o bom vinho até agora!” (Evangelho de João 2:10).

Assim manifestei minha glória, e meus discípulos creram em mim.


O Significado do Primeiro Milagre

A água transformada em vinho não era apenas um gesto de compaixão. Cada detalhe daquele milagre revelava algo maior.

  • As talhas de pedra representavam os rituais da antiga aliança, insuficientes para a verdadeira purificação.
  • O vinho novo simbolizava a Nova Aliança, meu sangue derramado para a redenção da humanidade (Lucas 22:20).
  • A transformação indicava que o Reino de Deus traz algo superior ao que os homens podem prover.

“Cristo não veio apenas para melhorar a vida que já temos, mas para nos dar uma nova vida, superior, completa e eterna.” (Comentário de Matthew Henry).

Meus discípulos compreenderam que este sinal apontava para algo além do momento presente. Eles creram. A festa em Caná era um prenúncio do grande banquete celestial.


Palavras-chave em grego

  • Metretēs (μετρητής) – Uma medida de volume usada pelos judeus, aproximadamente 40 litros.
  • Sēmeion (σημεῖον) – “Sinal”. João nunca usa a palavra “milagre”, mas “sinal”, indicando que as obras que realizei apontavam para verdades espirituais mais profundas.
  • Glōssa (γλῶσσα) – “Língua” ou “expressão”. Assim como o vinho novo trouxe nova expressão à festa, meu evangelho traz uma nova linguagem de vida.

Referências

  • “O Evangelho Segundo João”, D. A. Carson: “O primeiro milagre de Jesus não foi um espetáculo público, mas um ato sutil e cheio de significado teológico.”
  • Catecismo de Westminster, P. 92: “Os sacramentos do Novo Testamento são sinais e selos da graça de Deus, assim como a transformação da água em vinho apontava para a Nova Aliança.”
  • Comentário Bíblico de Matthew Poole: “Cristo começa seus sinais não no templo, mas em uma festa, indicando que seu Reino traria alegria e plenitude.”

Cinco questões para reflexão e aplicação

  1. O que significa o fato de Jesus ter começado seu ministério público em uma festa de casamento?
  2. Como o milagre da transformação da água em vinho simboliza a nova vida em Cristo?
  3. O que podemos aprender com a resposta de Maria: “Fazei tudo o que ele vos disser”?
  4. O mestre-sala reconheceu que o vinho trazido por Jesus era superior. Como essa verdade se aplica à sua caminhada com Deus?
  5. Assim como as talhas estavam vazias antes de serem preenchidas, há algo em sua vida que precisa ser transformado por Cristo?

Poema: O Vinho Novo

A festa fervia, a dança girava,
Mas o vinho, o vinho faltava.
Olhares se cruzam, suspiros no ar,
A alegria começa a murchar.

Minha mãe sussurra, confia, insiste,
Os servos me olham, um gesto, um sinal.
Seis talhas vazias, de pedra cinzenta,
Eu mando enchê-las, a fé se apresenta.

A água obedece, sem cor, sem sabor,
Mas eis que se torna em vinho melhor.
O mestre se espanta, o noivo não crê,
O Reino chegou, começa a nascer.


 

Música: "O Primeiro Sinal"

Verso 1:

Em Caná da Galileia, festa e alegria,
Mas o vinho se esgotou, e a festa se esvazia.
Minha mãe então me disse: “Filho, faze algo!”
E com fé virou-se aos servos: “Façam o que Ele mandou.”

Coro:
Vinho novo, graça e luz,
O milagre trouxe a cruz.
Transformando a minha história,
Derramando sobre nós.

Verso 2:
Seis talhas foram cheias, nada mais restou,
Mas o que era água pura, em vinho se tornou.
O mestre se admirava: “Que sabor sem igual!”
O Reino chegou, pois Deus é real.

Ponte:
Cristo traz vida, renova o ser,
O que era velho, já não tem poder.
Cristo transforma, traz salvação,
Vinho da graça, nova aliança em ação.

Coro (repetição):
Vinho novo, graça e luz,
O milagre trouxe a cruz.
Transformando a minha história,
Derramando sobre nós.

O TESTEMUNHO DE JOÃO E O CHAMADO À FÉ

Introdução

“No dia seguinte, João viu Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29)

Jesus fala:

“Eu sou o Cordeiro de Deus, aquele que veio para tirar o pecado do mundo. João, o batista, ao Me ver, identificou a missão que Eu estava cumprindo. Ele sabia que não estava apenas olhando para um homem comum, mas para aquele que viria trazer perdão, restaurar a comunhão perdida com Deus. No Antigo Testamento, o cordeiro era sacrificado para cobrir os pecados, mas Eu, o verdadeiro Cordeiro, venho para tirar de uma vez por todas a mancha do pecado. Eu sou a solução definitiva para o problema do pecado e da morte. “Ao olhar para Mim, João viu o plano de Deus em ação. Eu sou aquele que traz a redenção, e através de Minha morte e ressurreição, o pecado, que aprisiona o coração humano, será vencido.”

1. O Testemunho de João e a Revelação do Messias

“Este é aquele de quem eu disse: Após mim vem um varão, que é antes de mim, porque era primeiro do que eu.” (João 1:30)

Jesus explica:

“João, com sabedoria, reconheceu a verdade sobre Mim. Mesmo sendo o precursor, ele sabia que Eu vinha de antes, pois Eu sou eterno. Ele estava ciente de que a obra que eu faria era muito maior do que qualquer outra, pois a minha vinda significaria a realização das promessas de Deus. João sabia que, embora ele fosse um profeta poderoso, Eu era o cumprimento de todas as profecias. “Eu sou o Salvador do mundo, aquele que está além do tempo e da criação. João, em sua humildade, sabia que sua missão era apenas preparatória, enquanto a Minha missão seria a realização da salvação.”


2. O Espírito Santo e a Revelação do Messias

“E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e permanecer sobre Ele.” (João 1:32)

Jesus fala sobre o Espírito:

“O Espírito Santo desceu sobre Mim para validar a Minha missão e para confirmar que Eu sou aquele que foi enviado por Deus. A pomba que desceu sobre Mim simboliza a paz que Eu trago ao mundo. O Espírito, que sempre esteve comigo, agora manifesta publicamente que Eu sou o escolhido para cumprir a vontade do Pai. Essa visão, João viu, para que todos soubessem que Eu sou o Messias prometido, o Filho de Deus. O Espírito me capacitou a realizar a obra de salvação e é Ele quem agora guia os Meus seguidores.”


3. A Identidade do Filho de Deus

“Eu não o conhecia; mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito e sobre Ele permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo.” (João 1:33)

Jesus reflete:

“Embora eu e João fôssemos parentes, a revelação completa de quem Eu sou veio através do Pai. O próprio Deus me revelou que Eu sou aquele que batiza com o Espírito Santo, aquele que veio para dar nova vida aos que creem em Mim. A missão de João foi preparar o caminho, mas a missão de Eu era trazer a plenitude da presença de Deus ao coração de cada pessoa. Eu, o Filho de Deus, batizo com o Espírito Santo, e é através de Minha ação que todos podem ser renovados e restaurados.”


4. O Chamado à Fé e o Testemunho de João

“E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.” (João 1:34)

Jesus conclui:

“João não apenas Me viu, mas testificou. Ele sabia em seu coração, como muitos ainda precisariam saber, que Eu sou o Filho de Deus. Não sou apenas um homem, mas sou Deus em carne. O Pai Me enviou para que, através de Mim, as pessoas pudessem entender a verdade completa sobre Deus e Sua vontade para a humanidade. Eu sou aquele que traz a verdadeira revelação de Deus e, por meio de Mim, as pessoas podem ter vida eterna.”

Comentário teológico:

“A verdade de Cristo é a chave para a salvação, e o testemunho de João é um exemplo do tipo de fé que deve ser visto em todos os crentes: um testemunho sincero daquilo que se conhece verdadeiramente” (John Stott, O Evangelho de João).


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. A Identidade de Jesus: O que significa para você o fato de que Jesus é o “Cordeiro de Deus”? Como essa verdade impacta sua vida diária?
  2. A Humildade de João: João reconheceu que sua missão era preparar o caminho para Jesus. O que podemos aprender com a humildade de João em relação ao nosso próprio serviço a Deus?
  3. A Ação do Espírito Santo: O Espírito Santo desceu sobre Jesus como uma pomba. O que isso revela sobre a natureza do ministério de Jesus e sua relação com o Espírito? Como o Espírito age em sua vida hoje?
  4. O Chamado ao Testemunho: Como você pode ser um “testemunho” de Jesus, assim como João? O que você tem feito para declarar que Ele é o Filho de Deus?
  5. A Fé no Filho de Deus: Como você tem colocado sua fé em Jesus como o Filho de Deus? O que você poderia fazer para fortalecer sua confiança em Sua salvação e liderança?

Poema: O Cordeiro, o Filho, e o Espírito

No princípio, antes do tempo falar,
Eu vim, e o mundo não pôde entender.
João olhou, viu em mim o Cordeiro,
E fez sua voz ecoar na solidão.

Era eu, o que falava sem palavras,
Mas meus passos desenhavam a verdade.
Fui o Verbo que tomou a carne do mundo,
E a luz brilhou, mas as trevas a temeram.

Na água, João me viu como a pomba,
O Espírito desceu em silêncio puro,
A paz veio com a promessa antiga,
E eu, Filho de Deus, fui revelado.

João disse, com toda a clareza:
“Este é o que tira o pecado da terra.”
Eu, o escolhido, o Salvador do mundo,
E todos os corações chamaram para crer.

O Novo Nascimento

Encontro com Nicodemos

 Introdução

Eu caminhava pelas ruas de Jerusalém quando um homem se aproximou, envolto pelas sombras da noite. Seu nome era Nicodemos, um fariseu e príncipe dos judeus. Ele conhecia a Lei, os Profetas, os Salmos, mas algo dentro dele ansiava por algo maior. Com um misto de respeito e inquietação, ele me disse:

“Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (Evangelho de João 3:2).

Ele via os sinais, mas não entendia o Reino. Então olhei para ele e disse:

“Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” (Evangelho de João 3:3).

A confusão estampou-se em seu rosto. Ele, um mestre em Israel, não compreendia o que eu dizia. Respondeu-me:

“Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (Evangelho de João 3:4).

Então expliquei a ele que o nascimento do Espírito é superior ao nascimento físico:

“O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito” (Evangelho de João 3:6).

O novo nascimento não é um retorno ao ventre, mas uma transformação que vem do alto. Assim como o vento (pneuma, que também significa “Espírito” em grego) sopra onde quer e não sabemos de onde vem nem para onde vai, assim é todo aquele que nasce do Espírito (Evangelho de João 3:8).

Nicodemos ainda não entendia, então lembrei-lhe do que estava escrito nas Escrituras:

“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna” (Evangelho de João 3:14-15).

“Moisés ergueu a serpente de bronze para que os israelitas olhassem para ela e fossem curados” (Números 21:8-9).

Eu serei levantado, pendurado em uma cruz, para que todo aquele que olhar para mim com fé receba a vida eterna. Foi então que pronunciei as palavras que ressoariam através dos séculos:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Evangelho de João 3:16).

Deus não me enviou, para condenar o mundo, mas para salvá-lo (Evangelho de João 3:17). 

A luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más (Evangelho de João 3:19).

Nicodemos ouvira essas palavras. Ele veio à noite, mas encontrou a Luz.


Palavras-chave em grego

  • Pneuma (πνεῦμα) – Pode significar “vento” ou “Espírito”. Jesus usa esse duplo significado para explicar o novo nascimento.
  • Anothen (ἄνωθεν) – Pode significar “de novo” ou “do alto”. Jesus fala de nascer “do alto”, mas Nicodemos entende como “nascer de novo” fisicamente.
  • Monogenes (μονογενής) – “Unigênito”. Expressa a relação única do Filho com o Pai, usada em João 3:16.

Referências

  • “Cristianismo Puro e Simples”, C.S. Lewis: “Deus nos dá a vida espiritual como dá a vida biológica, mas nós devemos aceitá-la e vivê-la.”
  • Comentário Bíblico de João Calvino“O novo nascimento não é mera reforma de hábitos, mas uma recriação do coração pelo Espírito de Deus.”
  • Catecismo de Westminster, P. 34“A regeneração é obra do Espírito Santo, criando um novo coração e tornando-nos capazes de querer e fazer o que é espiritualmente bom.”

Cinco questões para reflexão e aplicação

  1. O que significa nascer de novo? Você já experimentou essa transformação?
  2. De que maneira João 3:16 impacta sua visão sobre o amor de Deus?
  3. Nicodemos buscou Jesus à noite. Existem áreas da sua vida onde você tem evitado trazer à luz?
  4. Como o conceito de “pneuma” (vento/Espírito) pode te ajudar a entender a ação de Deus?
  5. Se Deus não enviou Jesus para condenar, mas para salvar, como isso muda sua atitude em relação aos outros? 

Música: “Nascer de Novo”

Verso 1:
Nas sombras da noite, eu vim procurar,
Rabi, tens palavras que fazem pensar.
Jesus respondeu: “Tens que renascer,
Pois só desse jeito irás compreender.”

Coro:
Nascer do Espírito, nascer do alto,
A vida eterna vem pelo salto.
Deus tanto amou que a nós entregou,
Seu Filho bendito, e assim nos salvou.

Verso 2:
O vento que sopra, não sei onde vai,
Mas sinto sua força, e sei que me atrai.
Assim é aquele que nele nascer,
Filho da graça, chamado a viver.

Ponte:
Olhai para a cruz e recebei,
A nova vida que vem do Rei.
Olhai para a cruz e recebei,
A nova vida que vem do Rei.

A purificação do templo

A Páscoa dos judeus se aproximava, e eu subi a Jerusalém. Meu coração ardia ao ver o templo, a casa de meu Pai, mas ao entrar no átrio dos gentios, vi algo que me entristeceu profundamente.

Havia ali vendedores de bois, ovelhas e pombas. Cambistas trocavam moedas a preços injustos. O lugar da adoração estava tomado pelo comércio. O espaço onde os gentios deveriam buscar a Deus estava transformado em um mercado barulhento, onde a ganância imperava.

Eu fiz um chicote de cordas. O zelo me consumia. Com autoridade, expulsei os comerciantes, derrubei as mesas dos cambistas, espalhei suas moedas pelo chão. E disse:

“Tirai daqui estas coisas! Não façais da casa de meu Pai casa de negócio!” (Evangelho de João 2:16).

Meus discípulos se lembraram do que está escrito:

“O zelo da tua casa me consumirá.” (Salmo 69:9).

Os líderes religiosos me confrontaram: “Que sinal nos mostras para fazeres isto?”

Respondi-lhes:

“Destruí este templo, e em três dias o levantarei.” (Evangelho de João 2:19).

“Eles zombaram: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?”

Mas eu falava do templo do meu corpo. Depois que ressuscitei dos mortos, meus discípulos entenderam o que eu dissera, e creram na Escritura e em minhas palavras.


O Significado da Purificação do Templo

Minha indignação não foi apenas contra o comércio em si, mas contra o espírito de corrupção que tomava conta da adoração. O templo deveria ser casa de oração para todas as nações (Isaías 56:7), mas os líderes religiosos o haviam transformado em um centro de exploração.

Os sacrifícios, que deveriam apontar para o verdadeiro Cordeiro de Deus, haviam se tornado uma oportunidade de lucro para os sacerdotes e mercadores. O acesso a Deus, que deveria ser livre, estava sendo mediado por interesses financeiros.

Minha ação foi um sinal profético:

  • O templo terrestre seria substituído pelo verdadeiro templo, minha própria vida e ressurreição.
  • O Reino de Deus não seria mais restrito a um edifício, mas estaria em cada coração que me seguisse.
  • A adoração não dependeria mais de sacrifícios de animais, pois eu próprio seria o sacrifício perfeito. (Hebreus 9:12).

Palavras-chave em grego

  • Hieron (ἱερόν) – “Templo” no sentido físico, referindo-se ao edifício. Quando falei sobre reconstruir o templo, os líderes pensaram que eu falava do hieron.
  • Naos (ναός) – “Templo” no sentido espiritual, referindo-se à habitação de Deus. Eu falava do naos, meu próprio corpo.
  • Zēlos (ζῆλος) – “Zelo, ardor”. A referência ao Salmo 69:9 mostra que minha ação não era raiva descontrolada, mas um profundo compromisso com a santidade da casa de meu Pai.

Referências

  • Comentário de João Calvino: “Cristo age como profeta ao purificar o templo, denunciando a falsa adoração e apontando para a necessidade de um culto puro a Deus.”
  • Catecismo de Westminster, P. 109: “O segundo mandamento nos proíbe de corromper o culto devido a Deus, como fizeram os comerciantes no templo.”
  • Comentário de D. A. Carson: “A profecia sobre a destruição do templo foi cumprida em dois níveis: primeiro, na morte e ressurreição de Jesus; depois, na destruição de Jerusalém em 70 d.C.”

Cinco questões para reflexão e aplicação

  1. Como podemos aplicar o zelo de Jesus pela santidade do templo à nossa vida espiritual hoje?
  2. O que significa dizer que agora nosso corpo é o templo do Espírito Santo? (1 Coríntios 6:19).
  3. Há algo em nossa vida que se tornou um obstáculo para uma verdadeira adoração a Deus?
  4. Como podemos garantir que a adoração em nossas igrejas seja genuína e não apenas um ritual vazio?
  5. O que aprendemos sobre a identidade de Cristo ao vermos sua autoridade sobre o templo?

Este capítulo segue a mesma estrutura dos anteriores, explorando o significado profundo da purificação do templo. Se quiser ajustes ou mais detalhes, é só avisar!

Estudo Criativo João

Capítulo 2 – O Testemunho de João e o Chamada à Fé

Introdução

“No dia seguinte, João viu Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29)

Jesus fala:

“Eu sou o Cordeiro de Deus, aquele que veio para tirar o pecado do mundo. João, o batista, ao Me ver, identificou a missão que Eu estava cumprindo. Ele sabia que não estava apenas olhando para um homem comum, mas para aquele que viria trazer perdão, restaurar a comunhão perdida com Deus. No Antigo Testamento, o cordeiro era sacrificado para cobrir os pecados, mas Eu, o verdadeiro Cordeiro, venho para tirar de uma vez por todas a mancha do pecado. Eu sou a solução definitiva para o problema do pecado e da morte.”

“Ao olhar para Mim, João viu o plano de Deus em ação. Eu sou aquele que traz a redenção, e através de Minha morte e ressurreição, o pecado, que aprisiona o coração humano, será vencido.”

1. O Testemunho de João e a Revelação do Messias

“Este é aquele de quem eu disse: Após mim vem um varão, que é antes de mim, porque era primeiro do que eu.” (João 1:30)

Jesus explica:

“João, com sabedoria, reconheceu a verdade sobre Mim. Mesmo sendo o precursor, ele sabia que Eu vinha de antes, pois Eu sou eterno. Ele estava ciente de que a obra que eu faria era muito maior do que qualquer outra, pois a minha vinda significaria a realização das promessas de Deus. João sabia que, embora ele fosse um profeta poderoso, Eu era o cumprimento de todas as profecias.”

“Eu sou o Salvador do mundo, aquele que está além do tempo e da criação. João, em sua humildade, sabia que sua missão era apenas preparatória, enquanto a Minha missão seria a realização da salvação.”

2. O Espírito Santo e a Revelação do Messias

“E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e permanecer sobre Ele.” (João 1:32)

Jesus fala sobre o Espírito:

“O Espírito Santo desceu sobre Mim para validar a Minha missão e para confirmar que Eu sou aquele que foi enviado por Deus. A pomba que desceu sobre Mim simboliza a paz que Eu trago ao mundo. O Espírito, que sempre esteve comigo, agora manifesta publicamente que Eu sou o escolhido para cumprir a vontade do Pai. Essa visão, João viu, para que todos soubessem que Eu sou o Messias prometido, o Filho de Deus. O Espírito me capacitou a realizar a obra de salvação e é Ele quem agora guia os Meus seguidores.”

3. A Identidade do Filho de Deus

“Eu não o conhecia; mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito e sobre Ele permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo.” (João 1:33)

Jesus reflete:

“Embora eu e João fôssemos parentes, a revelação completa de quem Eu sou veio através do Pai. O próprio Deus me revelou que Eu sou aquele que batiza com o Espírito Santo, aquele que veio para dar nova vida aos que creem em Mim. A missão de João foi preparar o caminho, mas a missão de Eu era trazer a plenitude da presença de Deus ao coração de cada pessoa. Eu, o Filho de Deus, batizo com o Espírito Santo, e é através de Minha ação que todos podem ser renovados e restaurados.”

4. O Chamado à Fé e o Testemunho de João

“E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.” (João 1:34)

Jesus conclui:

“João não apenas Me viu, mas testificou. Ele sabia em seu coração, como muitos ainda precisariam saber, que Eu sou o Filho de Deus. Não sou apenas um homem, mas sou Deus em carne. O Pai Me enviou para que, através de Mim, as pessoas pudessem entender a verdade completa sobre Deus e Sua vontade para a humanidade. Eu sou aquele que traz a verdadeira revelação de Deus e, por meio de Mim, as pessoas podem ter vida eterna.”

Comentário teológico:

“A verdade de Cristo é a chave para a salvação, e o testemunho de João é um exemplo do tipo de fé que deve ser visto em todos os crentes: um testemunho sincero daquilo que se conhece verdadeiramente” (John Stott, O Evangelho de João).


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. A Identidade de Jesus: O que significa para você o fato de que Jesus é o “Cordeiro de Deus”? Como essa verdade impacta sua vida diária?
  2. A Humildade de João: João reconheceu que sua missão era preparar o caminho para Jesus. O que podemos aprender com a humildade de João em relação ao nosso próprio serviço a Deus?
  3. A Ação do Espírito Santo: O Espírito Santo desceu sobre Jesus como uma pomba. O que isso revela sobre a natureza do ministério de Jesus e sua relação com o Espírito? Como o Espírito age em sua vida hoje?
  4. O Chamado ao Testemunho: Como você pode ser um “testemunho” de Jesus, assim como João? O que você tem feito para declarar que Ele é o Filho de Deus?
  5. A Fé no Filho de Deus: Como você tem colocado sua fé em Jesus como o Filho de Deus? O que você poderia fazer para fortalecer sua confiança em Sua salvação e liderança? 

Capítulo 4 – A Água Viva e a Adoração Verdadeira

A Caminho da Samaria (João 4:1-6)

Eu precisava passar por Samaria. Os judeus evitavam esse caminho, mas Meu propósito sempre foi maior que as tradições humanas. Cansado da jornada, sentei-me junto ao poço de Jacó, perto da cidade de Sicar. O sol ardia no alto do céu. Então, vi aproximar-se uma mulher. Ela veio buscar água ao meio-dia, um horário incomum para as mulheres samaritanas, que costumavam buscar água pela manhã ou ao entardecer. Mas aquela mulher evitava os olhares da cidade. Ela trazia consigo o peso da vergonha e do passado.

A Água Viva (João 4:7-14)

“Me dá um pouco de água para beber”, pedi a ela. Ela me olhou surpresa. Eu era judeu, ela samaritana. Nossa gente não conversava. “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” – questionou.

Mas Eu não estava ali apenas para beber água. “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é o que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.”

Ela não compreendeu. Seus olhos ainda viam apenas o natural. “Senhor, tu não tens com que tirar água, e o poço é fundo. De onde, pois, tens essa água viva?” Ela mencionou Jacó, nosso patriarca, perguntando se Eu era maior do que ele.

“Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede”, Eu lhe disse, “mas aquele que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.”

A mulher olhou-me com curiosidade. Algo dentro dela começava a se inquietar. “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise vir aqui tirá-la.”

A Verdade que Liberta (João 4:15-26)

Ela queria da Minha água, mas antes precisava enxergar a verdade sobre si mesma. “Vai, chama o teu marido e vem cá.”

Houve um silêncio. Ela abaixou os olhos. “Não tenho marido”, murmurou.

“Falaste bem. Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido.”

Ela ficou surpresa. Como Eu sabia? Percebi que ela queria mudar de assunto. “Vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.”

Então, revelei a ela o que poucos até aquele momento sabiam. “Crê-me, mulher, a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis ao Pai. Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade.”

Seus olhos brilharam. “Eu sei que o Messias vem. Quando Ele vier, nos anunciará todas as coisas.”

Olhei para ela e disse: “Eu o sou, Eu que falo contigo.”

O Impacto da Transformação (João 4:27-42)

Meus discípulos chegaram e estranharam-Me falando com uma samaritana, mas ninguém ousou perguntar.

A mulher, esquecendo seu cântaro, correu para a cidade. “Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito! Será este, porventura, o Cristo?”

Por causa do testemunho dela, muitos samaritanos creram em Mim. E eles pediram que Eu ficasse com eles. Permaneci ali dois dias. Depois, declararam: “Já não é pelo teu dito que cremos, porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. O que significa beber da “água viva” que Jesus oferece? Como essa verdade impacta sua vida espiritual?
  2. Assim como a mulher samaritana, existem áreas da sua vida que você evita encarar? O que Jesus lhe diria se estivesse sentado ao seu lado?
  3. O que significa adorar a Deus “em espírito e em verdade”? Como isso muda a forma como você se relaciona com Ele?
  4. A mulher samaritana foi transformada e imediatamente compartilhou sua experiência com outros. Como você pode testemunhar sobre Jesus no seu dia a dia?
  5. Os samaritanos ouviram Jesus e creram por si mesmos. Como você pode crescer em sua fé, ouvindo diretamente a voz de Cristo através da Palavra?

Capítulo 5 – Jesus e a Autoridade sobre a Vida

O Milagre no Tanque de Betesda (João 5:1-9)

Subi novamente a Jerusalém para uma festa dos judeus. Perto da Porta das Ovelhas, havia um tanque chamado Betesda. Muitos enfermos ali estavam deitados: cegos, coxos, paralíticos. Esperavam que a água se movesse, pois criam que um anjo descia de tempos em tempos e agitava a água. Quem entrasse primeiro, depois do movimento, era curado de qualquer doença.

Entre eles, vi um homem que estava doente havia trinta e oito anos. Ele não conseguia se mover sozinho. Seu olhar estava cansado, acostumado ao desespero. Aproximei-Me dele e perguntei: “Queres ser curado?”

Ele suspirou. “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque quando a água é agitada. Quando tento ir, outro desce antes de mim.”

Eu olhei para ele com compaixão e disse: “Levanta-te, toma o teu leito e anda.”

No mesmo instante, seus músculos se fortaleceram, seu corpo foi restaurado. Ele se levantou, pegou o leito e começou a andar. Mas aquele dia era sábado…

O Conflito com os Líderes Religiosos (João 5:10-18)

Os judeus viram o homem curado carregando o leito e disseram: “Hoje é sábado! Não te é lícito levar o leito!”

Ele respondeu: “Aquele que me curou disse: ‘Toma o teu leito e anda’.”

Queriam saber quem havia feito isso. Depois, quando o encontrei no templo, disse-lhe: “Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda coisa pior.” Ele foi contar aos judeus que fui Eu quem o curara.

Então, começaram a Me perseguir, porque fiz isso no sábado. Mas lhes disse: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.”

Isso os enfureceu ainda mais. Não apenas quebrava o sábado, mas chamava Deus de Meu Pai, fazendo-Me igual a Ele.

A Autoridade do Filho (João 5:19-30)

Respondi-lhes: “Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai. Pois tudo o que o Pai faz, o Filho também o faz.”

O Pai Me ama e mostra-Me todas as Suas obras. E obras ainda maiores vereis, para que vos maravilheis. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, Eu também dou vida a quem quero.

O Pai confiou a Mim todo o juízo, para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai.

Em verdade vos digo: quem ouve a Minha palavra e crê naquele que Me enviou tem a vida eterna e não entra em condenação, mas passou da morte para a vida.

As Testemunhas de Cristo (João 5:31-47)

Se Eu testifico de Mim mesmo, Meu testemunho não é válido. Mas há outro que testifica de Mim, e sei que Seu testemunho é verdadeiro. João Batista testificou a verdade, mas o testemunho maior é o das obras que o Pai Me deu para realizar.

O Pai também testifica de Mim, mas vós não O tendes ouvido. Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que testificam de Mim.

Mas não quereis vir a Mim para terdes vida. Não busco glória dos homens, mas sei que não tendes o amor de Deus em vós.

Se crêsseis em Moisés, creríeis em Mim, porque ele escreveu sobre Mim. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas Minhas palavras?


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. O que significa a pergunta de Jesus ao paralítico: “Queres ser curado?” Como essa pergunta se aplica à sua vida espiritual?
  2. Como você entende a resposta de Jesus sobre o sábado? O que isso nos ensina sobre a relação entre a lei e a graça?
  3. Jesus declara ter autoridade para dar vida e julgar. Como isso influencia sua relação com Ele?
  4. Os fariseus conheciam as Escrituras, mas não reconheceram Jesus. Como podemos evitar cair nesse mesmo erro?
  5. Em sua caminhada cristã, você tem honrado o Filho como o Pai deseja? O que significa dar essa honra a Cristo?

 

Capítulo 6 – O Pão da Vida

A Multiplicação dos Pães e Peixes (João 6:1-15)

A multidão Me seguia porque via os sinais que Eu fazia nos enfermos. Subi ao monte com Meus discípulos, e ali nos assentamos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.

Ergui os olhos e vi aquela grande multidão que vinha ao Meu encontro. Então, perguntei a Filipe: “Onde compraremos pão para que estes comam?”

Eu já sabia o que faria, mas queria testar a fé dele. Filipe respondeu: “Duzentos denários de pão não bastariam para que cada um recebesse um pouco.”

André, irmão de Pedro, disse: “Aqui está um menino que tem cinco pães e dois peixinhos, mas que é isso para tantos?”

Mandei que todos se assentassem. Eram quase cinco mil homens, além de mulheres e crianças. Peguei os pães, dei graças ao Pai e os distribuí. Fiz o mesmo com os peixes. Todos comeram à vontade.

Depois, disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.” Eles encheram doze cestos.

Quando viram o sinal que fiz, disseram: “Este é verdadeiramente o Profeta que devia vir ao mundo!” Mas Eu sabia que queriam vir e fazer-Me rei à força. Então, retirei-Me sozinho para o monte.

Jesus Anda sobre o Mar (João 6:16-21)

Ao cair da tarde, Meus discípulos desceram ao mar. Entraram no barco e começaram a atravessar para Cafarnaum. O vento soprava forte, e o mar se agitava.

Já haviam remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, quando Me viram andando sobre o mar, aproximando-Me do barco. Eles se atemorizaram.

Mas Eu lhes disse: “Sou Eu, não temais!”

Então, quiseram receber-Me no barco, e logo chegamos ao destino.

Jesus, o Pão da Vida (João 6:22-59)

No dia seguinte, a multidão Me procurava. Não Me encontraram, nem aos discípulos, e atravessaram o mar para Cafarnaum. Quando Me acharam, perguntaram: “Mestre, quando chegaste aqui?”

Respondi-lhes: “Na verdade, Me buscais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará.”

Então Me perguntaram: “Que faremos para praticar as obras de Deus?”

Respondi: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que Ele enviou.”

Eles disseram: “Que sinal fazes para que vejamos e creiamos em Ti? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: ‘Deu-lhes pão do céu a comer’.”

Então lhes declarei: “Em verdade, em verdade vos digo que Moisés não vos deu o verdadeiro pão do céu, mas Meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.”

Eles disseram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”

Então afirmei: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a Mim nunca terá fome, e quem crê em Mim nunca terá sede.”

Mas Eu vos disse que Me vistes e não credes. Todo aquele que o Pai Me dá virá a Mim, e o que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora.

Pois desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade dAquele que Me enviou. E esta é a vontade do Pai: que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu, mas os ressuscite no último dia.

Os judeus murmuravam porque Eu disse: “Eu sou o pão que desceu do céu.”

Então lhes expliquei: “Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: ‘E serão todos ensinados por Deus’. Quem ouve o Pai e aprende, vem a Mim.”

Disse mais: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em Mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o homem coma dele e não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre. E o pão que Eu darei pela vida do mundo é a Minha carne.”

Os judeus discutiam: “Como pode este dar-nos a Sua carne a comer?”

Então lhes disse: “Em verdade, em verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a Minha carne é verdadeira comida, e Meu sangue é verdadeira bebida.”

Muitos dos Meus discípulos disseram: “Duro é este discurso, quem o pode ouvir?”

Então lhes perguntei: “Isto vos escandaliza? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes?”

Expliquei: “O Espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita. As palavras que vos disse são espírito e vida.”

Mas alguns não criam, pois sabia quem Me trairia.

A Decisão dos Discípulos (João 6:60-71)

Muitos deixaram de Me seguir. Então, perguntei aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?”

Simão Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que Tu és o Santo de Deus.”

Então lhes disse: “Não vos escolhi Eu, os doze? E um de vós é o diabo.”

Falava de Judas Iscariotes, que haveria de Me trair.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Qual o significado de Jesus ser o “Pão da Vida”? Como isso se aplica ao seu dia a dia?
  2. Por que muitas pessoas seguiram Jesus por causa dos milagres, mas não creram nEle como Salvador?
  3. O que significa a afirmação de que ninguém pode vir a Jesus se o Pai não o trouxer?
  4. Como você pode buscar mais o alimento que permanece para a vida eterna em vez do que perece?
  5. Pedro respondeu: “Para quem iremos nós?” Como essa resposta reflete sua confiança em Cristo?

 

Capítulo 7 – A Festa dos Tabernáculos e a Água Viva

Meus Irmãos não Criam em Mim (João 7:1-9)

Andava pela Galileia, pois os judeus da Judeia procuravam matar-Me.

Aproximava-se a Festa dos Tabernáculos, e Meus irmãos disseram: “Parte para a Judeia, para que Teus discípulos vejam as obras que fazes. Pois ninguém faz coisa alguma em oculto quando quer ser conhecido. Se fazes estas coisas, manifesta-Te ao mundo!”

Mas eles não criam em Mim.

Então lhes respondi: “Meu tempo ainda não chegou, mas o vosso tempo sempre está presente. O mundo não vos pode odiar, mas a Mim odeia, porque dele testifico que suas obras são más. Subi vós à festa; Eu ainda não subo, porque Meu tempo ainda não se cumpriu.”

E permaneci na Galileia.

Meu Ensino não é Meu, mas dAquele que Me Enviou (João 7:10-24)

Depois que Meus irmãos subiram, também subi à festa, não publicamente, mas em oculto.

Os judeus Me procuravam, dizendo: “Onde está Ele?”

Havia grande murmuração entre o povo. Alguns diziam: “Ele é bom.” Outros: “Não, antes engana o povo.” Mas ninguém falava abertamente de Mim, por medo dos judeus.

No meio da festa, subi ao templo e ensinei. Os judeus se admiravam e diziam: “Como sabe este letras, sem nunca ter estudado?”

Respondi-lhes: “Meu ensino não é Meu, mas dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, conhecerá se a doutrina é dEle ou se falo de Mim mesmo. Quem fala de si mesmo busca sua própria glória, mas quem busca a glória de quem o enviou, esse é verdadeiro, e nele não há injustiça.”

“Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós a cumpre! Por que procurais matar-Me?”

Responderam: “Tens demônio! Quem procura matar-Te?”

Então lhes disse: “Uma obra fiz, e todos vos maravilhais. Moisés vos deu a circuncisão, e circuncidais um homem no sábado. Se, no sábado, um homem recebe a circuncisão para que a lei de Moisés não seja quebrada, por que vos indignais contra Mim porque curei um homem no sábado? Não julgueis pela aparência, mas julgai segundo a reta justiça.”

Quem é este Homem? (João 7:25-36)

Alguns de Jerusalém disseram: “Não é este a quem procuram matar? E eis que fala abertamente, e nada lhe dizem! Será que, de fato, as autoridades reconheceram que Ele é o Cristo?”

Mas continuaram: “Sabemos de onde este é; quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde Ele é.”

Então clamei no templo: “Vós Me conheceis e sabeis de onde sou? Não vim de Mim mesmo, mas Aquele que Me enviou é verdadeiro, Aquele a quem vós não conheceis. Mas Eu O conheço, porque dEle sou, e Ele Me enviou.”

Então quiseram prender-Me, mas ninguém pôs as mãos em Mim, porque ainda não era chegada a Minha hora.

Muitos da multidão creram em Mim e diziam: “Quando vier o Cristo, fará mais sinais do que este faz?”

Os fariseus ouviram isso e enviaram guardas para Me prenderem.

Então lhes disse: “Ainda um pouco de tempo estou convosco, e depois irei para Aquele que Me enviou. Buscar-Me-eis e não Me achareis; e aonde Eu estiver, vós não podeis ir.”

Eles se perguntavam: “Irá Ele para os judeus dispersos entre os gentios? O que quer dizer com ‘aonde Eu estiver, vós não podeis ir’?”

Se alguém tem sede, venha a Mim! (João 7:37-44)

No último dia da festa, o mais importante, pus-Me em pé e clamei em alta voz:

“Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.”

Isso Eu disse do Espírito, que haviam de receber os que cressem em Mim. Pois o Espírito ainda não fora dado, porque Eu ainda não tinha sido glorificado.

Então, muitos da multidão, ao ouvirem estas palavras, diziam: “Verdadeiramente, este é o Profeta!” Outros: “Este é o Cristo!” Mas alguns perguntavam: “Virá o Cristo da Galileia? Não diz a Escritura que o Cristo virá da descendência de Davi, e de Belém, a cidade de Davi?”

Assim, houve divisão entre eles por causa de Mim. Alguns queriam prender-Me, mas ninguém pôs as mãos em Mim.

Ninguém Jamais Falou Assim (João 7:45-52)

Os guardas voltaram aos principais sacerdotes e fariseus, que perguntaram: “Por que não O trouxestes?”

Responderam: “Nunca homem algum falou como este Homem!”

Os fariseus lhes disseram: “Também fostes enganados? Porventura creu nEle algum dos principais ou dos fariseus? Mas esta multidão que não conhece a lei é maldita.”

Nicodemos, que antes viera a Mim de noite, disse: “Acaso a nossa lei julga um homem sem primeiro ouvi-lo e saber o que faz?”

Responderam: “És tu também da Galileia? Examina e verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Meus irmãos não criam em Mim. Há momentos em sua vida em que você enfrenta incredulidade de pessoas próximas? Como lida com isso?
  2. O que significa a afirmação de Jesus: “Meu ensino não é Meu, mas dAquele que Me enviou”? Como isso se aplica ao seu compromisso com a verdade de Deus?
  3. Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba.” Em que áreas de sua vida você sente sede espiritual?
  4. A multidão se dividiu sobre quem Jesus era. Como você percebe essa divisão hoje? Você já enfrentou oposição por sua fé?
  5. Os guardas ficaram impactados pelas palavras de Jesus. Você já teve uma experiência em que a Palavra de Deus tocou profundamente seu coração?

Capítulo 8 – A Luz do Mundo e a Verdade que Liberta

A Mulher Apanhada em Adultério (João 8:1-11)

Ao amanhecer, fui ao templo, e todo o povo veio a Mim; sentei-Me e os ensinava.

Então, os escribas e fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio e disseram:

” Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Na Lei, Moisés nos ordenou apedrejar tais mulheres. E Tu, que dizes?”

Diziam isso para Me testar e terem de que Me acusar. Mas inclinei-Me e escrevia com o dedo na terra.

Como insistiam, ergui-Me e disse:

“Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.”

Novamente Me inclinei e escrevia na terra.

Eles ouviram isso e foram saindo um a um, começando pelos mais velhos até os últimos.

Então, fiquei só com a mulher. Levantei-Me e perguntei:

“Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?”

Ela respondeu: “Ninguém, Senhor.”

Então lhe disse:

“Nem Eu te condeno; vai e não peques mais.”

Eu Sou a Luz do Mundo (João 8:12-20)

Tornei a falar-lhes:

“Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”

Os fariseus disseram: “Tu dás testemunho de Ti mesmo; Teu testemunho não é verdadeiro.”

Respondi-lhes:

“Ainda que Eu dê testemunho de Mim mesmo, Meu testemunho é verdadeiro, pois sei de onde vim e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho nem para onde vou. Vós julgais segundo a carne; Eu a ninguém julgo. Se Eu julgo, Meu juízo é verdadeiro, porque não estou só, mas Eu e o Pai que Me enviou. Na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Eu sou uma testemunha de Mim mesmo, e o Pai que Me enviou também dá testemunho de Mim.”

Eles perguntaram: “Onde está Teu Pai?”

Respondi:

“Não Me conheceis, nem a Meu Pai; se Me conhecêsseis, conheceríeis também a Meu Pai.”

Disse essas palavras no templo, no lugar do tesouro; e ninguém Me prendeu, porque ainda não era chegada a Minha hora.

Se Não Crerdes que Eu Sou, Morrereis em Vossos Pecados (João 8:21-30)

Disse-lhes mais:

“Vou embora, e Me buscareis, mas morrereis em vosso pecado; para onde Eu vou, vós não podeis ir.”

Os judeus perguntavam: “Por acaso se matará, pois diz: ‘Para onde Eu vou, vós não podeis ir’?”

Então lhes disse:

“Vós sois de baixo; Eu sou de cima. Vós sois deste mundo; Eu não sou deste mundo. Por isso, Eu vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que Eu sou, morrereis em vossos pecados.”

Eles perguntaram: “Quem és Tu?”

Respondi:

“Exatamente o que vos tenho dito desde o princípio. Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas Aquele que Me enviou é verdadeiro, e o que dEle ouvi, isso falo ao mundo.”

Eles não entenderam que falava do Pai.

Então lhes disse:

“Quando levantardes o Filho do Homem, então sabereis que Eu sou e que nada faço por Mim mesmo, mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está comigo; não Me deixou só, porque sempre faço o que Lhe agrada.”

Muitos creram em Mim.

A Verdade Vos Libertará (João 8:31-47)

Disse aos judeus que criam em Mim:

“Se permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente sois Meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

Responderam: “Somos descendência de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como dizes: ‘Sereis livres’?”

Então lhes disse:

“Em verdade, em verdade vos digo: Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não fica para sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”

“Sei que sois descendência de Abraão, mas procurais matar-Me, porque Minha palavra não encontra lugar em vós. Eu falo do que vi com Meu Pai, e vós fazeis o que ouvistes de vosso pai.”

Disseram: “Nosso pai é Abraão.”

Respondi:

“Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-Me, a Mim que vos disse a verdade que ouvi de Deus. Abraão não fez isso.”

Disseram: “Não nascemos da prostituição; temos um só Pai, Deus.”

Então lhes disse:

“Se Deus fosse vosso Pai, vós Me amaríeis, pois de Deus saí e vim; não vim de Mim mesmo, mas Ele Me enviou. Por que não compreendeis a Minha linguagem? Porque não podeis ouvir a Minha palavra. Vós sois do diabo, vosso pai, e quereis satisfazer seus desejos. Ele foi homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque nele não há verdade. Quando fala mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.”

Antes que Abraão Existisse, Eu Sou (João 8:48-59)

Disseram: “Não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?”

Respondi:

“Eu não tenho demônio; honro a Meu Pai, e vós Me desonrais. Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a Minha palavra, nunca verá a morte.”

Disseram: “Agora sabemos que tens demônio. Abraão morreu, os profetas morreram, e Tu dizes: ‘Se alguém guardar Minha palavra, nunca provará a morte’. És maior que Abraão?”

Respondi:

“Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o Meu dia; viu-o e regozijou-se.”

Disseram: “Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?”

Então lhes disse:

“Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, Eu Sou.”

Pegaram pedras para atirar em Mim, mas escondi-Me e saí do templo.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. O que aprendemos sobre o perdão e a graça de Deus na história da mulher apanhada em adultério?
  2. Como Jesus se apresenta como “a luz do mundo”? Como essa luz ilumina sua vida?
  3. O que significa a promessa de que “a verdade vos libertará”? Você tem experimentado essa liberdade em Cristo?
  4. Jesus diz: “Se Deus fosse vosso Pai, vós Me amaríeis”. Como seu amor por Cristo reflete sua filiação divina?
  5. O que significa para você a declaração: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou”?

Capítulo 9 – O Cego de Nascença e a Verdadeira Visão

A Cura do Cego de Nascença (João 9:1-12)

Ao passar, vi um homem cego de nascença. Meus discípulos perguntaram:

“Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”

Respondi-lhes:

“Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus. É necessário que façamos as obras dAquele que Me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.”

Dito isso, cuspi no chão, fiz lodo com a saliva e ungi-lhe os olhos. Então lhe disse:

“Vai, lava-te no tanque de Siloé” (que significa Enviado).

Ele foi, lavou-se e voltou vendo.

Os vizinhos e os que o conheciam perguntavam:

“Não é este aquele que estava sentado pedindo esmolas?”

Alguns diziam: “É ele.” Outros: “Se parece com ele.”

Mas ele dizia: “Sou eu!”

Perguntaram-lhe: “Como te foram abertos os olhos?”

Respondeu:

“O homem chamado Jesus fez lodo, ungiu-me os olhos e disse: ‘Vai a Siloé e lava-te’. Fui, lavei-me e vi.”

Então perguntaram: “Onde está Ele?”

Respondeu: “Não sei.”


O Interrogatório dos Fariseus (João 9:13-34)

Levaram-no aos fariseus, pois era sábado quando fizera lodo e abrira-lhe os olhos.

Os fariseus perguntaram como recuperara a vista. Ele respondeu:

“Jesus pôs lodo nos meus olhos, lavei-me e agora vejo.”

Alguns fariseus disseram: “Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado.”

Outros perguntavam: “Como pode um pecador fazer tais sinais?” E havia divisão entre eles.

Perguntaram ao cego: “O que dizes dEle, que te abriu os olhos?”

Respondeu: “É profeta.”

Os judeus não creram que fora cego até chamarem seus pais e perguntarem:

“É este vosso filho, que dizeis haver nascido cego? Como agora vê?”

Seus pais responderam:

“Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego, mas como vê agora, não sabemos. Perguntai a ele; idade tem, falará por si mesmo.”

Seus pais disseram isso por medo dos judeus, pois já haviam combinado expulsar da sinagoga quem confessasse que Eu era o Cristo.

Chamaram pela segunda vez o homem que fora cego e disseram:

“Dá glória a Deus; sabemos que esse homem é pecador.”

Respondeu-lhes:

“Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo.”

Perguntaram: “Que te fez? Como abriu teus olhos?”

Respondeu:

“Já vos disse, e não ouvistes. Por que quereis ouvir outra vez? Quereis vós tornar-vos Seus discípulos?”

Zombaram dele: “Tu és discípulo dEle, mas nós somos discípulos de Moisés! Sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.”

Respondeu:

“Nisto é maravilhoso: não sabeis de onde Ele é, e abriu-me os olhos! Ora, sabemos que Deus não ouve pecadores; mas se alguém O teme e faz Sua vontade, a esse ouve. Desde o princípio do mundo, nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença. Se Este não fosse de Deus, nada poderia fazer.”

Responderam-lhe:

“Tu nasceste todo em pecados e nos ensinas?”

E expulsaram-no.


Jesus Revela-se ao Cego Curado (João 9:35-41)

Quando soube que o haviam expulsado, fui ao seu encontro e perguntei:

“Crês no Filho do Homem?”

Ele respondeu: “Quem é Ele, Senhor, para que eu nEle creia?”

Disse-lhe:

“Tu O viste, e é Ele quem fala contigo.”

Ele exclamou: “Creio, Senhor!” E adorou-Me.

Então disse:

“Para juízo vim a este mundo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem sejam cegados.”

Alguns fariseus que estavam perto perguntaram:

“Acaso também nós somos cegos?”

Respondi-lhes:

“Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas, porque agora dizeis: ‘Vemos’, vosso pecado permanece.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. O que essa passagem ensina sobre a soberania de Deus ao permitir dificuldades na vida de alguém?
  2. De que maneiras Jesus continua abrindo os olhos espirituais das pessoas hoje? Você já teve sua visão transformada por Ele?
  3. Os fariseus se recusaram a aceitar o milagre porque contradizia suas tradições. Há algo em sua vida que impede você de enxergar as obras de Deus?
  4. O cego não hesitou em testemunhar sobre Jesus, mesmo enfrentando oposição. Como você pode ser mais ousado ao compartilhar sua fé?
  5. Jesus disse que veio para dar vista aos cegos e para cegar os que dizem ver. O que isso significa para você?

Capítulo 10 – O Bom Pastor e as Suas Ovelhas

A Porta do Aprisco (João 10:1-10)

Em verdade, em verdade vos digo:

“Aquele que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Mas o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem sua voz; ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Quando as faz sair, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.”

Os fariseus não entenderam. Então, expliquei:

“Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por Mim, será salvo, entrará e sairá e achará pastagem. O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”


O Bom Pastor Dá a Vida Pelas Ovelhas (João 10:11-21)

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona-as e foge, e o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é apenas um assalariado e não tem cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as Minhas ovelhas, e as Minhas ovelhas Me conhecem, assim como o Pai Me conhece, e Eu conheço o Pai; e dou a Minha vida pelas ovelhas.”

Olhei para os discípulos e continuei:

“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; a Mim Me convém conduzi-las; elas ouvirão a Minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. Por isso, o Pai Me ama, porque dou a Minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de Mim; pelo contrário, Eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e para a reassumir. Este mandato recebi de Meu Pai.”

Houve divisão entre os judeus por estas palavras. Muitos disseram:

“Ele tem demônio e enlouqueceu. Por que O ouvis?”

Outros argumentaram:

“Estas palavras não são de um endemoninhado. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos dos cegos?”


A Incredulidade dos Judeus (João 10:22-30)

Era a Festa da Dedicação, e Eu andava no templo, no Pórtico de Salomão.

Os judeus rodearam-Me e perguntaram:

“Até quando nos deixarás em suspense? Se Tu és o Cristo, dize-nos abertamente.”

Respondi-lhes:

“Já vo-lo disse, e não credes. As obras que faço em nome de Meu Pai testificam de Mim. Mas vós não credes, porque não sois das Minhas ovelhas. As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz; Eu as conheço, e elas Me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da Minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai. Eu e o Pai somos um.”


Jesus Acusado de Blasfêmia (João 10:31-42)

Os judeus pegaram pedras para Me apedrejar.

Perguntei-lhes:

“Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de Meu Pai; por qual delas Me apedrejais?”

Responderam:

“Por boa obra não Te apedrejamos, mas por blasfêmia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus a Ti mesmo.”

Respondi:

“Não está escrito na vossa lei: ‘Eu disse: sois deuses?’ Se Ele chamou deuses aqueles a quem foi dirigida a palavra de Deus (e a Escritura não pode falhar), àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: ‘Tu blasfemas’, porque declarei: Sou Filho de Deus?”

Continuei:

“Se não faço as obras de Meu Pai, não Me acrediteis; mas, se as faço e não Me credes, crede nas obras, para que saibais e compreendais que o Pai está em Mim, e Eu estou no Pai.”

Procuraram prender-Me outra vez, mas escapei das mãos deles.

Fui para além do Jordão, onde João batizava no princípio, e ali permaneci. Muitos vieram a Mim e diziam:

“João, na verdade, não fez sinal algum, mas tudo quanto disse deste era verdade.”

E muitos creram em Mim ali.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus se identifica como a “porta das ovelhas” e o “bom pastor”. O que isso significa para sua vida?
  2. O que diferencia o bom pastor do mercenário? Como essa diferença pode ser aplicada no contexto da liderança cristã?
  3. Jesus diz que Suas ovelhas ouvem Sua voz. Você tem reconhecido a voz de Cristo em sua vida? Como pode melhorar sua sensibilidade espiritual?
  4. No verso 16, Jesus menciona “outras ovelhas que não são deste aprisco”. Quem são essas ovelhas, e como essa verdade influencia sua visão sobre a evangelização?
  5. Os judeus rejeitaram Jesus apesar das evidências de Suas obras. O que nos impede, às vezes, de enxergar e aceitar as verdades de Deus?

 

Capítulo 11 – A Ressurreição de Lázaro

A Notícia da Enfermidade de Lázaro (João 11:1-16)

Lázaro, Meu amigo, estava doente. Ele morava em Betânia com suas irmãs, Maria e Marta. Maria era aquela que ungiria Meus pés com perfume e os enxugaria com seus cabelos.

As irmãs de Lázaro enviaram-Me um recado:

“Senhor, aquele a quem amas está enfermo.”

Ao ouvir isso, declarei:

“Esta enfermidade não é para a morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela.”

Eu amava Marta, Maria e Lázaro. Porém, permaneci dois dias onde estava. Depois, disse aos discípulos:

“Vamos outra vez para a Judeia.”

Os discípulos ficaram preocupados:

“Rabi, há pouco os judeus tentaram apedrejar-Te, e queres voltar para lá?”

Respondi:

“Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.”

Depois lhes disse claramente:

“Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou despertá-lo.”

Os discípulos não compreenderam e responderam:

“Se dorme, estará salvo.”

Então, falei abertamente:

“Lázaro morreu. E por vossa causa, para que creiais, alegro-Me de que Eu não estivesse lá. Mas vamos ter com ele.”

Tomé, chamado Dídimo, disse aos outros discípulos:

“Vamos também, para morrermos com Ele.”


Jesus Consola Marta e Maria (João 11:17-37)

Ao chegar a Betânia, soube que Lázaro já estava no túmulo havia quatro dias.

Marta veio ao Meu encontro e disse:

“Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que tudo o que pedires a Deus, Deus Te concederá.”

Respondi:

“Teu irmão há de ressurgir.”

Marta replicou:

“Eu sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.”

Olhei para ela e disse:

“Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim jamais morrerá. Crês isto?”

Ela respondeu:

“Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.”

Marta foi chamar Maria, que, ao saber que Eu estava ali, correu ao Meu encontro.

Ao Me ver, Maria caiu a Meus pés, chorando:

“Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!”

Ao ver Maria e os judeus chorando, comovi-Me profundamente. Perguntei:

“Onde o pusestes?”

Responderam:

“Vem e vê, Senhor.”

Então, chorei.

Os judeus disseram:

“Vede como O amava!”

Outros questionavam:

“Não podia Ele, que abriu os olhos do cego, ter feito também com que este não morresse?”


Jesus Ressuscita Lázaro (João 11:38-44)

Profundamente comovido, fui até o túmulo, que era uma gruta com uma pedra posta sobre ela.

Ordenei:

“Tirai a pedra.”

Marta advertiu:

“Senhor, já cheira mal, pois está morto há quatro dias.”

Respondi:

“Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”

Removeram a pedra. Levantei os olhos ao céu e orei:

“Pai, graças Te dou porque Me ouviste. Eu sei que sempre Me ouves, mas disse isso por causa da multidão ao redor, para que creiam que Tu Me enviaste.”

Depois, clamei em alta voz:

“Lázaro, vem para fora!”

Lázaro saiu, com os pés e as mãos atados com faixas de linho e o rosto envolto num pano.

Ordenei:

“Desatai-o e deixai-o ir.”


A Decisão do Sinédrio de Matar Jesus (João 11:45-57)

Muitos judeus creram em Mim ao verem o que fiz.

Outros foram aos fariseus e contaram o que acontecera. Então, os principais sacerdotes e os fariseus reuniram o Sinédrio e disseram:

“Que faremos? Este homem opera muitos sinais. Se O deixarmos assim, todos crerão Nele, e virão os romanos e tomarão tanto o nosso lugar como a nossa nação.”

Caifás, o sumo sacerdote daquele ano, disse:

“Vós nada sabeis. Nem considerais que vos convém que um só homem morra pelo povo e que não pereça toda a nação.”

Ele profetizou que Eu morreria pela nação e pelos filhos de Deus dispersos.

Desde aquele dia, planejaram matar-Me.

Por isso, já não andava publicamente entre os judeus, mas retirei-Me para uma cidade chamada Efraim, perto do deserto, e ali fiquei com Meus discípulos.

A Páscoa dos judeus estava próxima. Muitos foram a Jerusalém para se purificarem.

Procuravam-Me e perguntavam uns aos outros no templo:

“Que vos parece? Será que Ele virá à festa?”

Os principais sacerdotes e os fariseus haviam dado ordem para que, se alguém soubesse onde Eu estava, o denunciasse, para que Me prendessem.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Como essa verdade transforma sua visão sobre a morte e a eternidade?
  2. Marta acreditava na ressurreição futura, mas teve dificuldade de confiar que Jesus poderia agir no presente. Você já experimentou algo semelhante?
  3. Jesus chorou antes de ressuscitar Lázaro. O que isso nos ensina sobre Seu caráter e Sua compaixão?
  4. O Sinédrio planejou matar Jesus após o milagre. O que isso revela sobre o coração humano diante da verdade?
  5. A ressurreição de Lázaro foi um testemunho poderoso. Como sua vida pode ser um testemunho vivo do poder de Cristo?

Capítulo 12 – A Unção em Betânia e a Entrada Triunfal

A Unção em Betânia (João 12:1-11)

Seis dias antes da Páscoa, voltei a Betânia, onde estava Lázaro, aquele a quem ressuscitei dos mortos.

Prepararam-Me um jantar. Marta servia, e Lázaro estava entre os que se reclinavam à mesa comigo.

Então, Maria tomou um frasco de perfume puro de nardo, muito precioso, e ungiu Meus pés. O aroma encheu a casa.

Judas Iscariotes, que Me haveria de trair, protestou:

“Por que este perfume não foi vendido por trezentos denários e dado aos pobres?”

Ele não disse isso porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e cuidava da bolsa do dinheiro.

Respondi:

“Deixai-a. Ela guardou este perfume para o dia do Meu sepultamento. Pois sempre tereis os pobres convosco, mas a Mim nem sempre tereis.”

Muitos judeus souberam que Eu estava ali e vieram, não só por Mim, mas também para ver Lázaro.

Os principais sacerdotes resolveram matar Lázaro também, pois, por causa dele, muitos criam em Mim.


A Entrada Triunfal em Jerusalém (João 12:12-19)

No dia seguinte, uma grande multidão que viera para a festa ouviu que Eu estava indo para Jerusalém.

Pegaram ramos de palmeiras e saíram ao Meu encontro, clamando:

“Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!”

Encontrei um jumentinho e sentei-Me sobre ele, conforme estava escrito:

“Não temas, filha de Sião! Eis que o teu Rei vem montado num jumentinho.”

Meus discípulos não compreenderam essas coisas a princípio. Mas, quando fui glorificado, lembraram-se de que tudo isso fora escrito sobre Mim.

A multidão que estava comigo quando chamei Lázaro do túmulo e o ressuscitei dos mortos continuava a dar testemunho.

Os fariseus disseram uns aos outros:

“Vede que nada conseguimos! Eis que o mundo vai após Ele!”


Jesus Prediz Sua Morte (João 12:20-36)

Alguns gregos que estavam na festa vieram a Filipe e disseram:

“Queremos ver Jesus.”

Filipe e André Me trouxeram a mensagem. Respondi:

“É chegada a hora de o Filho do Homem ser glorificado. Em verdade vos digo que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará muito fruto.”

“Quem ama a sua vida perdê-la-á, mas quem a odeia neste mundo guardá-la-á para a vida eterna.”

Minha alma estava angustiada. Então, orei:

“Pai, glorifica o Teu nome!”

Uma voz veio do céu:

“Eu já O glorifiquei e O glorificarei novamente.”

A multidão ficou confusa. Alguns disseram que fora um trovão; outros, que um anjo falara comigo.

Expliquei:

“Esta voz não veio por Minha causa, mas por vossa causa. Agora é o juízo deste mundo. Agora o príncipe deste mundo será expulso. E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim.”

A multidão perguntou:

“Como dizes que o Filho do Homem deve ser levantado? Quem é esse Filho do Homem?”

Respondi:

“A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz.”

Depois dessas palavras, retirei-Me e escondi-Me deles.


A Incredulidade dos Judeus (João 12:37-50)

Apesar de todos os sinais que fiz, muitos ainda não criam em Mim.

Isaías profetizara:

“Senhor, quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?”

Por isso, não podiam crer, pois estava escrito:

“Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem compreendam com o coração, e se convertam, e Eu os cure.”

Muitos dos principais creram em Mim, mas não confessavam sua fé por medo dos fariseus, pois amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.

Então, clamei:

“Quem crê em Mim, crê não em Mim, mas naquele que Me enviou. Quem Me vê, vê aquele que Me enviou. Eu vim como luz para o mundo, para que todo aquele que crê em Mim não permaneça nas trevas.”

“Quem ouve Minhas palavras e não as guarda, Eu não o julgo agora; pois não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem Me rejeita e não recebe Minhas palavras já tem quem o julgue: a palavra que falei o julgará no último dia.”

“Pois não falei de Mim mesmo, mas do Pai, que Me enviou. O que digo, digo conforme o que o Pai Me ordenou.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Maria usou um perfume caro para ungir Jesus. Como podemos expressar nosso amor e adoração a Ele com generosidade?
  2. A multidão celebrou Jesus como Rei, mas depois muitos O rejeitaram. O que isso nos ensina sobre a superficialidade da fé?
  3. Jesus comparou Sua morte a um grão de trigo que morre para dar fruto. Como podemos aplicar esse princípio em nossas vidas?
  4. Algumas pessoas não confessaram sua fé por medo dos fariseus. Há algo que o impede de declarar sua fé com ousadia?
  5. Jesus veio como luz para o mundo. Como podemos refletir essa luz para os outros em nossa vida cotidiana?

Capítulo 13 – O Lava-Pés e o Novo Mandamento

Jesus Lava os Pés dos Discípulos (João 13:1-20)

Era a véspera da Páscoa. Eu sabia que a Minha hora havia chegado para deixar este mundo e voltar ao Pai. Sempre amei os Meus discípulos e agora os amava até o fim.

Durante a ceia, o diabo já havia posto no coração de Judas Iscariotes a intenção de Me trair. Eu sabia que o Pai entregara todas as coisas em Minhas mãos e que Eu viera de Deus e para Deus voltaria.

Levantei-Me da mesa, tirei Minha túnica, peguei uma toalha e a amarrei na cintura. Derramei água numa bacia e comecei a lavar os pés dos Meus discípulos, enxugando-os com a toalha.

Quando Me aproximei de Pedro, ele perguntou:

“Senhor, Tu vais lavar os meus pés?”

Respondi:

“O que faço agora, tu não entendes, mas depois entenderás.”

Pedro insistiu:

“Nunca lavarás os meus pés!”

Disse-lhe:

“Se Eu não te lavar, não tens parte comigo.”

Pedro, então, respondeu:

“Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça!”

Expliquei:

“Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés; no mais, está todo limpo. E vós estais limpos, mas nem todos.”

Pois sabia quem Me trairia.

Depois de lavar os pés de todos, vesti Minha túnica e sentei-Me novamente. Então, disse:

“Compreendeis o que vos fiz? Vós Me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque Eu o sou. Ora, se Eu, vosso Senhor e Mestre, lavei os vossos pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros. Porque vos dei o exemplo, para que, assim como Eu fiz, também façais.”

“O servo não é maior que o seu senhor, nem o enviado maior que aquele que o enviou. Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.”

“Não falo de todos vós; Eu conheço aqueles que escolhi. Mas era necessário que se cumprisse a Escritura: ‘Aquele que come do Meu pão levantou contra Mim o seu calcanhar’.”

“Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que Eu sou.”

“Quem recebe aquele que Eu enviar, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou.”


Jesus Prediz a Traição de Judas (João 13:21-30)

Depois dessas palavras, Meu espírito se angustiou, e declarei:

“Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me trairá.”

Os discípulos se entreolharam, incertos sobre quem seria. João estava reclinado a Meu lado, e Pedro lhe fez sinal para perguntar quem era.

João, então, perguntou-Me:

“Senhor, quem é?”

Respondi:

“É aquele a quem Eu der o pedaço de pão molhado.”

Molhei o pão e o dei a Judas, filho de Simão Iscariotes. Assim que recebeu o pão, Satanás entrou nele.

Então, disse-lhe:

“O que fazes, faze-o depressa.”

Nenhum dos outros discípulos entendeu. Alguns pensaram que, como Judas cuidava da bolsa, Eu lhe dissera para comprar algo para a festa ou dar algo aos pobres.

Judas saiu imediatamente. Era noite.


O Novo Mandamento (João 13:31-35)

Depois que Judas saiu, disse-lhes:

“Agora o Filho do Homem é glorificado, e Deus é glorificado Nele. Se Deus é glorificado Nele, Deus também O glorificará em Si mesmo, e O glorificará imediatamente.”

“Filhinhos, ainda por um pouco estou convosco. Vós Me buscareis, mas, como disse aos judeus, agora vos digo: para onde Eu vou, não podeis ir.”

“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros. Assim como Eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.”


Pedro Prediz Sua Lealdade e Jesus Prediz Sua Negação (João 13:36-38)

Pedro perguntou-Me:

“Senhor, para onde vais?”

Respondi:

“Para onde Eu vou, não podes seguir-Me agora, mas depois seguirás.”

Pedro insistiu:

“Senhor, por que não posso seguir-Te agora? Darei minha vida por Ti!”

Olhei para ele e disse:

“Dará tua vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: antes que o galo cante, Me negarás três vezes.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus lavou os pés dos discípulos como um ato de humildade. Como podemos aplicar esse exemplo em nosso serviço aos outros?
  2. Pedro resistiu ao ato de Jesus, mas depois quis ser completamente lavado. Há áreas em sua vida em que você reluta em deixar Cristo agir?
  3. Judas traiu Jesus, apesar de ter convivido com Ele. Como podemos guardar nossos corações contra a hipocrisia e a falsa devoção?
  4. O novo mandamento de Jesus é o amor. Como podemos demonstrar um amor que reflita o dEle em nosso dia a dia?
  5. Pedro estava confiante em sua lealdade, mas negou Jesus. Como podemos fortalecer nossa fé para não falhar nos momentos difíceis?

 

Capítulo 14 – O Caminho, a Verdade e a Vida

A Promessa do Lar Celestial (João 14:1-4)

Meus discípulos estavam inquietos, pois Eu falava sobre a Minha partida. Então, olhei para eles com amor e disse:

“Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em Mim.”

“Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.”

“E quando Eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver, estejais vós também.”

“E vós sabeis o caminho para onde vou.”

Tomé, sempre sincero, perguntou-Me:

“Senhor, não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?”

Olhei para ele e respondi com palavras que ecoariam por gerações:

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.”


Quem Me Vê, Vê o Pai (João 14:7-14)

Então, continuei:

“Se vós Me conhecêsseis, também conheceríeis Meu Pai. Desde agora, O conheceis e O vistes.”

Felipe, desejoso de ver a plenitude de Deus, disse-Me:

“Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.”

Respondi com ternura e firmeza:

“Há tanto tempo estou convosco, e ainda não Me conheces, Felipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como dizes: ‘Mostra-nos o Pai’?”

“Não crês que estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que vos digo, não as digo por Mim mesmo, mas o Pai, que permanece em Mim, realiza as Suas obras.”

“Crede-Me: estou no Pai e o Pai está em Mim. Crede, ao menos, por causa das próprias obras.”

Então, fiz-lhes uma promessa grandiosa:

“Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em Mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, porque vou para o Pai.”

“E tudo quanto pedirdes em Meu nome, isso farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.”

“Se Me pedirdes alguma coisa em Meu nome, Eu a farei.”


A Promessa do Espírito Santo (João 14:15-21)

Então, continuei a lhes ensinar:

“Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos.”

“E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que esteja convosco para sempre.”

“O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece. Mas vós O conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós.”

“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.”

“Ainda um pouco, e o mundo não Me verá mais, mas vós Me vereis. Porque Eu vivo, vós também vivereis.”

“Naquele dia, conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim, e Eu em vós.”

“Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama. E aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a ele.”


Jesus e a Paz Verdadeira (João 14:22-31)

Judas, não o Iscariotes, perguntou-Me:

“Senhor, por que Te manifestarás a nós e não ao mundo?”

Respondi:

“Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada.”

“Quem não Me ama, não guarda as Minhas palavras. E a palavra que estais ouvindo não é Minha, mas do Pai que Me enviou.”

Então, fiz-lhes outra promessa:

“O Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito.”

“Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”

“Ouvistes que vos disse: vou e volto para vós. Se Me amásseis, alegrar-vos-íeis porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu.”

“Agora, Eu vo-lo disse antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais.”

“Já não falarei muito convosco, pois o príncipe deste mundo vem, e ele nada tem em Mim.”

“Mas para que o mundo saiba que amo o Pai e que faço como o Pai Me ordenou, levantai-vos, vamo-nos daqui.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Como essa afirmação impacta sua caminhada cristã?
  2. Jesus prometeu preparar um lugar para nós na casa do Pai. Como essa promessa nos dá esperança em tempos difíceis?
  3. O Espírito Santo foi enviado para nos consolar e ensinar. De que forma você tem experimentado a ação do Espírito em sua vida?
  4. Jesus nos deixou a Sua paz, que não é como a paz do mundo. Como podemos viver nessa paz, mesmo em meio às dificuldades?
  5. O amor por Jesus se reflete em guardar Seus mandamentos. Como você pode demonstrar seu amor por Cristo no dia a dia?

 

Capítulo 15 – A Videira Verdadeira

Eu Sou a Videira e Vós, os Ramos (João 15:1-8)

Reuni-Me com Meus discípulos e, olhando para eles com ternura, disse:

“Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor.”

“Todo ramo que, estando em Mim, não dá fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda.”

“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.”

“Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim.”

“Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.”

“Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; tais ramos são ajuntados, lançados no fogo e queimados.”

“Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.”

“Nisto é glorificado Meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis Meus discípulos.”


O Mandamento do Amor (João 15:9-17)

Continuei a falar-lhes sobre o amor que nos une ao Pai:

“Como o Pai Me amou, também Eu vos amei; permanecei no Meu amor.”

“Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; assim como Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor.”

“Tenho-vos dito estas coisas para que a Minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.”

Então, lhes entreguei um mandamento essencial:

“O Meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei.”

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida pelos seus amigos.”

“Vós sois Meus amigos, se fazeis o que vos mando.”

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer.”

“Não fostes vós que Me escolhestes, mas Eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em Meu nome, Ele vo-lo conceda.”

“Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.”


O Ódio do Mundo contra os Discípulos (João 15:18-27)

Depois, adverti-os sobre o que enfrentariam no mundo:

“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, odiou a Mim.”

“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes, dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.”

“Lembrai-vos da palavra que vos disse: o servo não é maior do que o seu senhor. Se Me perseguiram, também vos perseguirão; se guardaram a Minha palavra, também guardarão a vossa.”

“Mas tudo isso vos farão por causa do Meu nome, porque não conhecem Aquele que Me enviou.”

“Se Eu não tivesse vindo e lhes falado, não teriam pecado; agora, porém, não têm desculpa do seu pecado.”

“Quem Me odeia, odeia também a Meu Pai.”

“Se Eu entre eles não tivesse feito obras tais como nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, viram-nas e, contudo, odiaram tanto a Mim como a Meu Pai.”

“Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: ‘Odiaram-Me sem motivo’.”

Mas, então, lhes fiz uma promessa poderosa:

“Quando vier o Consolador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que dEle procede, Esse dará testemunho de Mim.”

“E vós também dareis testemunho, porque estais Comigo desde o princípio.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus nos chama a permanecer nEle como os ramos na videira. O que isso significa para sua vida diária?
  2. O Pai limpa aqueles que dão fruto para que deem ainda mais. Como Deus tem moldado seu caráter para produzir mais frutos?
  3. Jesus nos chama de amigos, não de servos. Como essa verdade muda sua relação com Ele?
  4. O mundo odeia aqueles que pertencem a Cristo. Como você lida com perseguições ou rejeições por causa da sua fé?
  5. O Espírito Santo nos foi enviado para dar testemunho de Jesus. De que forma você pode testemunhar mais sobre Cristo?

Capítulo 16 – O Espírito da Verdade e a Alegria da Vitória

O Mundo Vos Perseguirá, Mas Não Vos Deixeis Abalar (João 16:1-4)

Olhei para Meus discípulos, sabedor da aflição que os esperava, e lhes disse com voz firme, mas cheia de amor:

“Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis.”

“Expulsar-vos-ão das sinagogas; e até vem a hora em que todo aquele que vos matar julgará estar prestando um serviço a Deus.”

“E farão essas coisas porque não conheceram nem ao Pai nem a Mim.”

“Mas vos tenho dito isso para que, quando chegar essa hora, vos lembreis de que Eu vo-lo disse. Eu não vos disse isso desde o princípio, porque estava convosco.”

Sabia que enfrentariam tribulações e perseguições, mas queria que estivessem firmes na fé, sem medo.


A Vinda do Consolador (João 16:5-15)

Sabendo que Minha partida se aproximava, continuei a lhes ensinar:

“Agora vou para Aquele que Me enviou, e nenhum de vós Me pergunta: Para onde vais?”

“Antes, porque vos disse isto, o vosso coração se encheu de tristeza.”

“Mas Eu vos digo a verdade: convém-vos que Eu vá, porque, se Eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei.”

Expliquei-lhes a obra do Espírito Santo:

“Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.”

“Do pecado, porque não creem em Mim.”

“Da justiça, porque vou para Meu Pai, e não Me vereis mais.”

“E do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado.”

Sabia que muitas coisas ainda precisavam aprender, e lhes disse:

“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.”

“Mas, quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.”

“Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu e vo-lo anunciará.”

“Tudo quanto o Pai tem é Meu; por isso vos disse que Ele há de receber do que é Meu e vo-lo anunciará.”


A Tristeza Será Transformada em Alegria (João 16:16-24)

Olhei para eles e lhes disse algo que os confundiu:

“Um pouco, e não Me vereis; e outra vez um pouco, e ver-Me-eis.”

Sabendo que murmuravam entre si, expliquei-lhes:

“Na verdade, na verdade vos digo que chorareis e vos lamentareis, e o mundo se alegrará; vós estareis tristes, mas a vossa tristeza se converterá em alegria.”

“A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pela alegria de ter vindo ao mundo um homem.”

“Assim também vós agora tendes tristeza; mas outra vez vos verei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.”

“Naquele dia nada Me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes ao Pai, em Meu nome, Ele vo-lo concederá.”

“Até agora nada pedistes em Meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo.”


A Vitória Está Próxima (João 16:25-33)

Sabia que se aproximava a hora do Meu sacrifício, e lhes falei abertamente:

“Tenho-vos dito estas coisas por parábolas; chega, porém, a hora em que não vos falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai.”

“Naquele dia pedireis em Meu nome; e não vos digo que Eu rogarei por vós ao Pai,”

“Porque o próprio Pai vos ama, visto que Me amastes e crestes que saí de Deus.”

“Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo e vou para o Pai.”

Meus discípulos então disseram:

“Eis que agora falas abertamente, e não dizes parábola alguma.”

“Agora conhecemos que sabes tudo e não precisas de que alguém Te pergunte; por isso cremos que saíste de Deus.”

Mas sabia que logo sua fé seria testada, então lhes adverti:

“Credes agora?”

“Eis que vem a hora, e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e Me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo.”

E então lhes deixei uma promessa poderosa:

“Tenho-vos dito isso, para que em Mim tenhais paz. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo.”


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus advertiu sobre perseguições e aflições. Como você pode se preparar espiritualmente para tempos difíceis?
  2. O Espírito Santo veio para convencer do pecado, da justiça e do juízo. Como essa obra do Espírito acontece em sua vida?
  3. A tristeza dos discípulos foi transformada em alegria. Em que situações Deus já transformou sua dor em júbilo?
  4. Jesus promete que o Pai atende nossas orações feitas em Seu nome. Como isso influencia sua vida de oração?
  5. “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo.” Como essa promessa de Jesus fortalece sua fé diante das dificuldades?

 

Capítulo 17 – A Oração Sacerdotal

Naquela noite derradeira, em que o peso da cruz já se fazia sentir sobre Mim, levantei os olhos ao céu e derramei diante do Pai a mais profunda oração.

Não era uma súplica por Mim apenas, mas pelos Meus discípulos, por aqueles que viriam a crer e por toda a Igreja que haveria de se formar.


Jesus Ora por Si Mesmo (João 17:1-5)

Levantei os olhos aos céus e clamei:

“Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que também o Teu Filho Te glorifique.”

“Pois Lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos Lhe deste.”

“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”

“Eu Te glorifiquei na terra, consumando a obra que Me deste a fazer.”

“Agora, pois, ó Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo, com a glória que Eu tinha contigo antes que o mundo existisse.”

Eu sabia que estava prestes a cumprir a maior missão: entregar-Me para a redenção da humanidade.


Jesus Ora por Seus Discípulos (João 17:6-19)

Olhei para os Meus discípulos, aqueles que andaram Comigo, que ouviram Meus ensinos e creram na verdade do Pai.

Então, roguei por eles:

“Manifestei o Teu nome aos homens que do mundo Me deste; eram Teus, e Tu Mos deste, e guardaram a Tua palavra.”

“Agora eles sabem que tudo quanto Me deste provém de Ti.”

“Porque lhes dei as palavras que Me deste, e eles as receberam e verdadeiramente conheceram que saí de Ti, e creram que Me enviaste.”

“Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são Teus.”

“E todas as Minhas coisas são Tuas, e as Tuas coisas são Minhas; e neles sou glorificado.”

Então, clamei:

“Pai santo, guarda-os em Teu nome, aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós somos.”

“Quando Eu estava com eles no mundo, guardava-os em Teu nome; tenho guardado aqueles que Me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.”

“Mas agora vou para Ti, e digo isto no mundo, para que tenham a Minha alegria completa em si mesmos.”

“Dei-lhes a Tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo.”

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.”

“Eles não são do mundo, como também Eu não sou.”

“Santifica-os na Tua verdade; a Tua palavra é a verdade.”

“Assim como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo.”

“E por eles Me santifico a Mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.”

Pedi ao Pai que os guardasse, os protegesse do maligno e os santificasse na verdade.


Jesus Ora por Todos os Crentes (João 17:20-26)

Mas Meu coração não estava apenas nos discípulos que Me seguiam naquele tempo. Olhei para além do presente e roguei por todos os que viriam a crer em Mim.

“Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em Mim;”

“Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.”

“E Eu dei-lhes a glória que a Mim Me deste, para que sejam um, como Nós somos um.”

“Eu neles, e Tu em Mim, para que sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim.”

“Pai, aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a Minha glória que Me deste; porque Tu Me amaste antes da fundação do mundo.”

“Pai justo, o mundo não Te conheceu, mas Eu Te conheci, e estes conheceram que Tu Me enviaste a Mim.”

“E Eu lhes fiz conhecer o Teu nome, e o farei conhecer mais, para que o amor com que Me tens amado esteja neles, e Eu neles esteja.”

Assim encerrei Minha oração.

A unidade do Meu povo seria a prova do amor de Deus.

A glória que o Pai Me deu, Eu a daria a eles.

A certeza do amor eterno do Pai encheria seus corações.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus pediu ao Pai que guardasse os discípulos no mundo. Como você pode confiar na proteção de Deus em sua jornada de fé?
  2. A santificação pela verdade é um dos pedidos de Jesus. Como você tem buscado crescer na verdade da Palavra de Deus?
  3. Jesus orou para que Seu povo fosse unido. Como você pode contribuir para a unidade entre os irmãos na fé?
  4. O desejo de Jesus é que estejamos com Ele na glória. De que forma essa promessa influencia sua vida diária?
  5. O amor do Pai por nós é o mesmo amor que Ele tem por Jesus. Como essa verdade transforma a maneira como você se vê e se relaciona com Deus?

 

Capítulo 18 – A Prisão de Jesus

A noite era fria e escura. Meu coração pulsava com a certeza do que estava por vir. A traição se aproximava, os passos dos soldados já ecoavam pelo jardim.


Jesus no Getsêmani e a Traição de Judas (João 18:1-11)

Após falar com Meus discípulos, saímos e atravessamos o ribeiro de Cedrom. À nossa frente, um jardim. O Getsêmani. Um lugar de oração, de entrega. Ali Eu Me recolhia para falar com o Pai.

Mas naquela noite, a oração deu lugar à traição.

Judas, aquele que esteve ao Meu lado, que comeu do Meu pão e ouviu Meus ensinos, agora vinha à frente de uma multidão armada de espadas e tochas. Os soldados do sumo sacerdote o seguiam.

Ele Me conhecia bem, e por isso veio com um sinal.

Então, antes que qualquer um falasse, perguntei-lhes:

“A quem buscais?”

Responderam:

“A Jesus de Nazaré.”

Então, olhei para eles e disse:

“Sou Eu.”

Ao ouvir essas palavras, recuaram e caíram por terra. Minha voz os fez estremecer.

Perguntei de novo:

“A quem buscais?”

Responderam mais uma vez:

“A Jesus de Nazaré.”

Então, lhes disse:

“Já vos disse que Sou Eu; se é a Mim que buscais, deixai ir estes.”

Eu sabia que deveria proteger Meus discípulos. Nenhum deles se perderia.

Mas Simão Pedro, impulsivo como sempre, sacou sua espada e feriu Malco, servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.

Então, olhei para ele e ordenei:

“Guarda a tua espada na bainha; não beberei Eu o cálice que o Pai Me deu?”

O tempo da luta havia terminado. Era chegada a hora da submissão à vontade do Pai.


Jesus diante do Sumo Sacerdote (João 18:12-27)

Os soldados Me prenderam e Me levaram, primeiro, até Anás, sogro de Caifás, o sumo sacerdote daquele ano.

Caifás já havia declarado que era melhor que um homem morresse pelo povo. Ele não sabia, mas falava mais do que entendia.

Pedro e outro discípulo Me seguiram de longe.

Dentro do pátio, Pedro se aproximou do fogo para se aquecer. Então, uma criada olhou para ele e perguntou:

“Não és tu também um dos discípulos deste homem?”

Pedro, temendo, respondeu:

“Não sou.”

Fui interrogado por Anás sobre Meus ensinos. Respondi:

“Eu falei abertamente ao mundo. Sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde os judeus se reúnem; nada falei em oculto.”

“Por que Me perguntas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; eles sabem o que Eu disse.”

Ao ouvir isso, um dos guardas Me bateu no rosto e disse:

“Assim respondes ao sumo sacerdote?”

Olhei para ele e respondi:

“Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se falei bem, por que Me feres?”

Depois disso, levaram-Me a Caifás.

Enquanto isso, Pedro permanecia no pátio. Mais alguém lhe perguntou:

“Não és tu um dos discípulos dEle?”

Pedro negou de novo.

Pouco depois, um servo do sumo sacerdote, parente de Malco, olhou para ele e disse:

“Eu não te vi com Ele no jardim?”

Pedro então negou pela terceira vez.

E, no mesmo instante, o galo cantou.


Jesus diante de Pilatos (João 18:28-40)

De manhã cedo, levaram-Me ao pretório, mas os judeus não entraram para não se contaminarem antes da Páscoa.

Então, Pilatos saiu e perguntou:

“Que acusação trazeis contra este homem?”

Eles responderam:

“Se Ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos.”

Pilatos, sem encontrar crime algum em Mim, disse:

“Tomai-O vós e julgai-O segundo a vossa lei.”

Mas os judeus replicaram:

“A nós não nos é lícito matar ninguém.”

Então, Pilatos voltou-se para Mim e perguntou:

“Tu és o rei dos judeus?”

Olhei para ele e respondi:

“Tu dizes isso de ti mesmo, ou outros te disseram isso de Mim?”

Pilatos, intrigado, respondeu:

“Acaso sou judeu? A tua própria nação e os principais sacerdotes Te entregaram a Mim. O que fizeste?”

Então, declarei:

“O Meu reino não é deste mundo. Se fosse, os Meus servos pelejariam para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o Meu reino não é daqui.”

Pilatos insistiu:

“Logo, Tu és rei?”

Respondi:

“Tu dizes que sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz.”

Pilatos então perguntou:

“Que é a verdade?”

E, sem esperar uma resposta, saiu e disse aos judeus:

“Não acho nEle crime algum. Mas vós tendes o costume de que Eu vos solte alguém pela Páscoa. Quereis, pois, que vos solte o Rei dos Judeus?”

Então, gritaram:

“Não este, mas Barrabás!”

E assim, escolheram um ladrão em Meu lugar.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus se entregou voluntariamente. Como isso demonstra Seu amor por nós?
  2. Pedro negou Jesus três vezes. De que maneira podemos nos fortalecer para não negarmos nossa fé diante das pressões do mundo?
  3. Pilatos perguntou: “O que é a verdade?” Como você pode aplicar a resposta de Jesus sobre a verdade em sua vida?
  4. Os judeus preferiram soltar Barrabás e condenar Jesus. Como isso reflete a tendência humana de rejeitar a salvação em favor do pecado?
  5. Jesus declarou que Seu reino não é deste mundo. Como essa verdade influencia a forma como você vive e enxerga as dificuldades da vida?

Capítulo 19 – A Crucificação de Jesus

A dor e a humilhação Me cercaram. O destino da humanidade estava selado naquela cruz. O amor e a justiça se encontraram em Meu sacrifício.


Jesus é Condenado e Entregue à Crucificação (João 19:1-16)

Pilatos, ainda sem encontrar culpa em Mim, tentou apaziguar a multidão. Mandou que Eu fosse açoitado.

Os soldados Me tomaram, vestiram-Me com um manto de púrpura e trançaram uma coroa de espinhos, que cravaram sobre Minha cabeça. Enquanto batiam em Meu rosto, zombavam:

“Salve, Rei dos Judeus!”

Pilatos, ao ver-Me naquele estado, saiu novamente e disse:

“Eis que vo-Lo trago fora, para que saibais que não acho nEle crime algum.”

A multidão, porém, não se comoveu. Ao Me verem, gritaram ainda mais alto:

“Crucifica-O! Crucifica-O!”

Pilatos, tentando se livrar da responsabilidade, disse:

“Tomai-O vós e crucificai-O, porque Eu não acho nEle crime algum.”

Os principais sacerdotes responderam:

“Temos uma lei, e segundo a nossa lei Ele deve morrer, porque Se fez Filho de Deus.”

Pilatos temeu ainda mais. Entrou novamente no pretório e perguntou:

“De onde és Tu?”

Eu permaneci em silêncio.

Pilatos insistiu:

“Não Me respondes? Não sabes que tenho autoridade para Te soltar e autoridade para Te crucificar?”

Então, olhei para ele e respondi:

“Nenhuma autoridade terias sobre Mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado.”

Pilatos procurava libertar-Me, mas a multidão clamava:

“Se soltas Este, não és amigo de César; qualquer que Se faz rei é contra César!”

Então, Pilatos Me trouxe para fora e sentou-se no tribunal. Era quase a hora sexta. Ele disse à multidão:

“Eis aqui o vosso Rei!”

Mas eles gritaram:

“Fora! Fora! Crucifica-O!”

Pilatos perguntou:

“Hei de crucificar o vosso Rei?”

Os principais sacerdotes responderam:

“Não temos rei, senão César!”

Então, Pilatos entregou-Me para ser crucificado.


A Crucificação (João 19:17-27)

Carreguei Minha cruz até o lugar chamado Caveira, ou Gólgota. Ali Me pregaram entre dois malfeitores.

Pilatos escreveu um título e o colocou sobre a cruz:

“JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS.”

Os sacerdotes protestaram:

“Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas que Ele disse: Sou Rei dos Judeus.”

Mas Pilatos respondeu:

“O que escrevi, escrevi.”

Os soldados dividiram Minhas vestes e lançaram sortes sobre Minha túnica.

Minha mãe estava ali, junto com Maria Madalena e João, o discípulo amado. Então, olhei para eles e disse:

“Mulher, eis aí o teu filho.”

E a João disse:

“Eis aí tua mãe.”

E, desde aquele momento, ele a levou para sua casa.


A Morte de Jesus (João 19:28-37)

Sabendo que tudo estava consumado, disse:

“Tenho sede.”

Deram-Me vinagre em uma esponja. Então, disse em alta voz:

“Está consumado!”

E entreguei Meu espírito ao Pai.

Os judeus pediram que quebrassem as pernas dos crucificados para apressar sua morte. Os soldados quebraram as pernas dos dois ladrões, mas, ao chegarem a Mim, viram que Eu já estava morto.

Um dos soldados perfurou Meu lado com uma lança, e dali saiu sangue e água.

Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura:

“Nenhum dos Seus ossos será quebrado.”

E também:

“Olharão para Aquele a quem traspassaram.”


O Sepultamento de Jesus (João 19:38-42)

José de Arimateia, um discípulo em segredo, pediu a Pilatos o Meu corpo. Pilatos permitiu.

Nicodemos trouxe cerca de trinta quilos de especiarias para preparar Meu corpo para o sepultamento.

Envolveram-Me em lençóis de linho com mirra e aloés, conforme o costume dos judeus.

No lugar onde fui crucificado, havia um jardim, e nele um túmulo novo. Ali Me colocaram, pois era a véspera do sábado.

A pedra foi rolada sobre a entrada. O silêncio tomou conta.

Mas a história ainda não terminou.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Jesus foi injustamente condenado. Como isso nos ensina sobre a paciência e a confiança na justiça de Deus?
  2. Pilatos sabia que Jesus era inocente, mas cedeu à pressão. Como podemos evitar ceder à opinião da maioria quando sabemos o que é certo?
  3. Jesus cuidou de Sua mãe mesmo na cruz. O que isso nos ensina sobre o amor e a responsabilidade familiar?
  4. A frase “Está consumado” mostra que Jesus cumpriu Sua missão. Como essa verdade impacta sua vida hoje?
  5. O sepultamento parecia o fim, mas a ressurreição viria. Como podemos ter esperança mesmo nos momentos mais difíceis?

Capítulo 20 – A Ressurreição de Jesus

A escuridão da morte não pôde Me deter. A pedra foi removida, e a luz da nova vida brilhou. O sepulcro vazio é o sinal da vitória eterna.


O Túmulo Vazio (João 20:1-10)

Era o primeiro dia da semana, ainda escuro, quando Maria Madalena foi ao sepulcro. Ao chegar, viu que a pedra havia sido removida. O pavor tomou conta dela.

Correu até Simão Pedro e João, e disse:

“Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram!”

Pedro e João saíram correndo. João chegou primeiro, inclinou-se e viu os lençóis de linho, mas não entrou.

Pedro chegou logo depois e entrou no túmulo. Viu os lençóis e o sudário que estivera sobre Minha cabeça, dobrado à parte.

Então, João entrou, viu e creu.

Ainda não haviam compreendido que era necessário que Eu ressuscitasse dos mortos.

Eles voltaram para casa. Mas Maria ficou ali, chorando.


Jesus Aparece a Maria Madalena (João 20:11-18)

Maria chorava junto ao túmulo. Ao olhar para dentro, viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde Meu corpo fora colocado.

Os anjos perguntaram:

“Mulher, por que choras?”

Ela respondeu:

“Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde O puseram.”

Ao virar-se, viu-Me, mas não Me reconheceu. Perguntei-lhe:

“Mulher, por que choras? A quem buscas?”

Pensando que Eu era o jardineiro, ela disse:

“Se Tu O levaste, dize-me onde O puseste, e eu O levarei.”

Então, chamei-a pelo nome:

“Maria!”

Ela voltou-se e exclamou:

“Rabôni!” (Mestre!)

Disse-lhe:

“Não Me detenhas, porque ainda não subi para Meu Pai; mas vai a Meus irmãos e dize-lhes: Subo para Meu Pai e vosso Pai, para Meu Deus e vosso Deus.”

Maria foi e anunciou aos discípulos:

“Vi o Senhor!”

E contou tudo o que Eu lhe dissera.


Jesus Aparece aos Discípulos (João 20:19-23)

Na tarde daquele mesmo dia, os discípulos estavam reunidos, de portas fechadas, com medo dos judeus.

Então, apareci no meio deles e disse:

“Paz seja convosco!”

Mostrei-lhes Minhas mãos e Meu lado. Eles se alegraram ao ver-Me.

Repeti:

“Paz seja convosco! Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio.”

Assoprei sobre eles e disse:

“Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se os retiverdes, são-lhes retidos.”


A Incredulidade de Tomé (João 20:24-29)

Tomé, um dos doze, não estava presente. Quando os outros discípulos disseram:

“Vimos o Senhor!”

Ele respondeu:

“Se eu não vir em Suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no Seu lado, de modo algum crerei.”

Oito dias depois, os discípulos estavam novamente reunidos, e Tomé com eles.

As portas estavam fechadas, mas apareci no meio deles e disse:

“Paz seja convosco!”

Então, voltei-Me para Tomé:

“Põe aqui o teu dedo e vê Minhas mãos; estende a tua mão e põe-na no Meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.”

Tomé caiu de joelhos e exclamou:

“Senhor meu e Deus meu!”

Disse-lhe:

“Porque Me viste, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.”


O Propósito Deste Evangelho (João 20:30-31)

Muitos outros sinais fiz na presença dos discípulos, que não estão escritos neste livro.

Mas estes foram escritos para que creiais que Eu sou o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Meu nome.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Maria Madalena buscava Jesus, mas não O reconheceu de imediato. Como isso pode acontecer conosco na vida espiritual?
  2. Os discípulos estavam com medo, mas Jesus lhes trouxe paz. Como podemos confiar na paz de Cristo em tempos de incerteza?
  3. Tomé precisou ver para crer. Como podemos fortalecer nossa fé sem depender de provas visíveis?
  4. Jesus deu aos discípulos o Espírito Santo e autoridade para perdoar pecados. Como podemos viver essa missão hoje?
  5. João escreveu seu evangelho para que tivéssemos fé. Como essa verdade transforma nossa caminhada cristã?

Capítulo 21 – Jesus Restaura Pedro e Envia os Discípulos

A noite trouxe o cansaço, a pesca não trouxe nada. Mas ao amanhecer, a Minha voz ecoou sobre as águas: “Lançai a rede.” E o milagre aconteceu.


A Pesca Milagrosa no Mar da Galileia (João 21:1-14)

Depois destes acontecimentos, tornei a manifestar-Me aos discípulos, desta vez junto ao Mar de Tiberíades.

Pedro estava lá, acompanhado de Tomé, Natanael, Tiago, João e mais dois discípulos.

Pedro disse:

“Vou pescar.”

Os outros responderam:

“Vamos contigo.”

Entraram no barco e lançaram as redes, mas não pescaram nada naquela noite.

Ao amanhecer, Eu estava na praia, mas eles não Me reconheceram.

Gritei para eles:

“Filhos, tendes algo para comer?”

Responderam:

“Não.”

Então, disse:

“Lançai a rede à direita do barco e achareis.”

Obedeceram, e a rede ficou tão cheia que não conseguiam puxá-la.

João disse a Pedro:

“É o Senhor!”

Pedro, ao ouvir isso, vestiu-se e lançou-se ao mar, nadando até Mim.

Os outros vieram no barco, arrastando a rede cheia de peixes.

Ao chegarem à praia, viram brasas acesas, com peixe e pão.

Convidei-os:

“Vinde, comei.”

Ninguém ousou perguntar quem Eu era, pois sabiam que era o Senhor.

Tomei o pão e o peixe e os dei a eles.

Foi a terceira vez que Me manifestei a eles depois da ressurreição.


A Restauração de Pedro (João 21:15-19)

Após comerem, olhei para Pedro e perguntei-lhe:

“Simão, filho de Jonas, amas-Me mais do que estes?”

Pedro respondeu:

“Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo.”

Então, disse-lhe:

“Apascenta os Meus cordeiros.”

Perguntei-lhe pela segunda vez:

“Simão, filho de Jonas, amas-Me?”

Pedro respondeu:

“Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo.”

Então, disse-lhe:

“Pastoreia as Minhas ovelhas.”

Perguntei-lhe pela terceira vez:

“Simão, filho de Jonas, amas-Me?”

Pedro entristeceu-se e respondeu:

“Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que Te amo.”

Então, disse-lhe:

“Apascenta as Minhas ovelhas. Em verdade, digo-te que, quando eras jovem, vestias-te e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos, e outro te vestirá e te levará para onde não queres.”

Disse isso para indicar com que morte Pedro glorificaria a Deus.

E acrescentei:

“Segue-Me.”


O Destino de João e o Chamado dos Discípulos (João 21:20-25)

Pedro virou-se e viu João nos seguindo.

Então perguntou-Me:

“Senhor, e quanto a este?”

Respondi-lhe:

“Se Eu quiser que ele permaneça até que Eu venha, que te importa? Tu segue-Me.”

Por isso, espalhou-se entre os discípulos o boato de que João não morreria, mas não disse que ele não morreria, e sim que isso não era da conta de Pedro.

Este é o discípulo que testifica destas coisas e que as escreveu, e sabemos que seu testemunho é verdadeiro.

Muitas outras coisas fiz, e se cada uma delas fosse escrita, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos.


Questões para Reflexão e Aplicação

  1. Os discípulos tentaram pescar a noite toda e não conseguiram nada, mas obedeceram à voz de Jesus e receberam abundância. Como isso se aplica à nossa vida espiritual?
  2. Pedro foi restaurado após negar Jesus três vezes. Como essa restauração demonstra a graça e o perdão de Deus?
  3. Jesus confiou a Pedro o cuidado de Suas ovelhas. Como podemos cumprir essa missão em nossas vidas?
  4. Pedro se preocupou com o destino de João, mas Jesus o lembrou de focar em seu próprio chamado. Como podemos aprender a confiar nos planos de Deus sem comparações?
  5. João afirma que nem o mundo inteiro poderia conter os relatos sobre Jesus. O que essa verdade nos ensina sobre a grandeza de Cristo?

Jana Moreno Consultoria - (19) 99988-5719