O livro de Éfeso, mais precisamente a Carta aos Efésios, é um dos textos do Novo Testamento atribuídos ao apóstolo Paulo. Escrito por volta do ano 60-62 d.C., enquanto Paulo estava preso em Roma, a carta tem como objetivo principal fortalecer a fé dos cristãos e exortar a unidade da Igreja em Cristo.
Paulo inicia a carta com uma saudação e um hino de louvor, enfatizando as bênçãos espirituais em Cristo e a eleição divina.
Paulo ora pelos efésios, pedindo que eles compreendam a esperança e o poder disponíveis a eles através de Cristo.
A salvação é descrita como um ato de graça de Deus, e os crentes são chamados a viver uma nova vida em Cristo, sendo uma nova criação.
Paulo fala do mistério de Cristo revelado aos gentios e da unidade entre judeus e gentios na Igreja. Exorta os crentes a viverem em unidade e a se comportarem de maneira digna da sua vocação.
Instruções específicas sobre o comportamento cristão são fornecidas, incluindo conselhos sobre casamento, família e relacionamentos sociais. Paulo também descreve a “armadura de Deus”, incentivando os crentes a se manterem firmes contra as forças do mal.
Éfeso era uma das cidades mais importantes do Império Romano, localizada na atual Turquia. No primeiro século d.C., era um centro próspero de comércio e cultura, graças ao seu porto natural e à sua posição estratégica nas rotas comerciais entre o Ocidente e o Oriente.
Comércio e Artesanato: Éfeso era conhecida por sua próspera economia baseada no comércio marítimo e terrestre. A cidade era um importante centro de exportação de produtos agrícolas e manufaturados.
Templo de Ártemis: O Templo de Ártemis, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, atraía muitos peregrinos e turistas, gerando considerável receita para a cidade. A produção e venda de artefatos religiosos relacionados ao culto de Ártemis também eram economicamente significativas.
Governança Romana: Éfeso estava sob administração romana, governada por um procônsul e outras autoridades locais que asseguravam a ordem e a lealdade ao Império.
Influência Grega: Embora sob domínio romano, Éfeso mantinha muitas características da cultura grega, incluindo a língua, a arte e as práticas religiosas.
Pluralismo Religioso: A cidade era um caldeirão de práticas religiosas. Além do culto de Ártemis, havia templos e altares dedicados a diversos deuses gregos e romanos, e as práticas mágicas e esotéricas eram comuns.
Cristianismo: A comunidade cristã em Éfeso estava crescendo, mas enfrentava oposição tanto dos judeus locais quanto dos adeptos dos cultos pagãos. O episódio de Demétrio, o ourives (Atos 19:23-41), ilustra a tensão entre os cristãos e os artesãos que lucravam com a idolatria.
A Carta aos Efésios é uma obra teológica rica que enfatiza a unidade e a identidade cristã em Cristo, oferecendo instruções práticas para a vida cristã. Éfeso, como contexto dessa carta, era uma cidade economicamente robusta e religiosamente diversificada, sob a firme mão do governo romano, onde o cristianismo estava em expansão apesar das dificuldades e resistências locais.